"Quando estamos na Europa, pensamos que em Cabo Verde pode ser mais simples” concretizar um projecto de vida e vice-versa, com jovens do arquipélago a procurarem emigrar, descreveu Wilson da Graça Robalo, na Praia, num encontro de jovens estudantes cabo-verdianos em França e residentes no país.
Há 1,5 milhões de cabo-verdianos e descendentes a viver fora do arquipélago, que tem cerca de meio milhão de residentes.
As mudanças devem ser “bem pensadas”, frisou.
“Este intercâmbio é um primeiro passo” para promover ao máximo a troca de informações, “para prepararem melhor os seus sonhos, quer aqui em Cabo Verde ou fora, porque um sonho preparado é muito melhor", realçou.
Wilson da Graça Robalo referiu que a falta de informação sobre a realidade noutros países é uma das características quando jovens estudantes de Cabo Verde e da diáspora emigram, procurando a "chave do futuro".
Através do projecto denominado ‘txabi di futuru’ (chave do futuro), que tem como objectivo debater e perceber a realidade académica e profissional de Cabo Verde e da França, os jovens estudantes reuniram-se na capital, cidade da Praia.
"Trouxemos um grupo de 12 jovens estudantes cabo-verdianos da França” a par de “um projecto em comum com os jovens da universidade de Cabo Verde (Uni-CV), para fazer uma ligação e entender as realidades ligadas à emigração", afirmou Wilson da Graça Robalo
O intercâmbio pretende ter continuidade e criar um laço entre os jovens.
"Quando as pessoas chegarem na França, podemos acompanhá-las, entender as suas realidades e a integração ficará mais simples”, afirmou, acontecendo o mesmo com filhos da diáspora quando chegam a Cabo Verde.
Em Julho, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, reconheceu que há jovens a saírem do país à procura de melhores oportunidades, mas recusou a ideia de uma emigração massiva e pediu estudos sobre o fenómeno.