Joana Rosa disse que se está a trabalhar para se ocupar os jovens nas cadeias de forma a se preparem para a sua reinserção social, e que para além de projectos já desenvolvidos com entidades e confissões religiosas, Ministério da Justiça vai desenvolver artesanato, agricultura e criação de gado no interior das cadeias, focados na recuperação dos presos.
A governante manifestou esta preocupação durante a cerimónia de abertura da Semana Nacional do Recluso, que teve como palco a Cadeia Civil da Praia, em São Martinho, o maior estabelecimento prisional do País, onde afirmou ser necessário fazer todo um trabalho para a redução dos reclusos.
“A ocupação na cadeia é fundamental para a recuperação dos reclusos”, realçou a governante, que indicou aos reclusos que a sua presença nos estabelecimentos prisionais “é custoso para o Estado”, que é “obrigado a investir na segurança e na protecção individual de cada um”.
A governante disse que o aumento do número de reclusos se deve a falta dos próprios reclusos, mas também do sistema, designadamente do poder público, o que, atestou, terá de passar por um trabalho conjunto entre as partes para decifrar a situação que tem contribuído para a condenação dos detidos pelos males causados à sociedade, de modo estes sejam preparados para o pós-cumprimento de pena.
A este propósito, exortou os enclausurados a refletirem sobre as razões da detenção, de modo a evitar que voltem a ser privados da liberdade, razão pela qual, realçou, o Governo tem “investido muito” na reinserção social, mediante uma “maior permanência” dos técnicos sociais nas cadeias.
Disse que foi melhorada a gestão prisional e que os agentes de segurança prisional estão, doravante, capacitados para melhor entenderem a situação e o comportamento dos presos.
A Semana Nacional do Recluso, que tem como lema “Está em suas mãos em fazer o bem”, é realizada anualmente no mês de Setembro em todos os estabelecimentos prisionais a nível nacional, com o objectivo de promover a valorização, ressocialização e o espírito de equipa entre os reclusos, proporcionando assim a interatividade e o entretenimento.
Pretende-se ainda, com esta iniciativa, trabalhar a saúde física, mental e emocional, com foco na promoção da autoestima, lazer, descontração, como forma de estímulo à valorização da liberdade, estimular as qualidades e interação cultural dos reclusos e proporcionar maior harmonia ao ambiente prisional.
Incentiva ainda a boa disciplina, a valorização da vida e prevenção do suicídio no recinto prisional, o fomento à cultura da paz entre os reclusos e a humanização no contexto prisional, bem como a promoção do intercâmbio de boas práticas desportivas.
O lema deste ano surge no âmbito das múltiplas e diversas oportunidades criadas em áreas distintas através de projetos de intervenção, capacitações e actividades que promovam a valorização das suas experiências, troca de saberes, criatividade e reflexões, auxiliando o recluso na escolha do melhor caminho para sua reinserção social.