Cabo Verde, segundo refere a Transparência Internacional, obteve uma classificação de 64 pontos em 100 possíveis o que demonstra uma melhoria em relação à classificação do ano passado em que o país tinha conseguido 60 pontos. O ranking vai dos zero (muito corrupto) aos 100 pontos (muito transparente).
No relatório, a Transparência Internacional dá destaque à lei que cria e regulamenta o Sistema de Informação Judicial e destaca que Cabo Verde aprovou recentemente uma lei que cria uma plataforma electrónica para os operadores judiciários, “a fim de reduzir atrasos e processos pendentes”.
“O diploma foi aprovado na primeira sessão parlamentar de Novembro [de 2023] por unanimidade dos 64 deputados presentes na sessão, dos quais 33 do grupo parlamentar do MpD, 27 do PAICV e quatro da UCID”, relembra a ONG.
Numa tabela que integra 180 países e territórios, a Dinamarca volta a ser, pelo sexto ano consecutivo, o país do mundo com os níveis de corrupção no sector público mais baixos, obtendo uma classificação de 90 pontos, e é seguida de outro país no norte da Europa, a Finlândia (87), e da Nova Zelândia (85).
No extremo oposto da lista, os países do mundo onde a percepção de corrupção é maior, encontram-se a Somália (apenas 11 pontos), a Venezuela, a Síria e o Sudão (todos com 13) e o Iémen (16), notando a Transparência Internacional que todos estes países “são afectados por crises prolongadas, sobretudo conflitos armados”.
O relatório sublinha que 23 países atingiram mínimos históricos em 2023, e entre eles tanto se encontram “Estados autoritários”, como o Irão (24) e a Rússia (26), como algumas das democracias tidas como das mais robustas à escala global, casos do Reino Unido (71), Suécia (82), Países Baixos (79) e Islândia (72).
O Índice de Percepção da Corrupção foi criado pela Transparência Internacional em 1995 e é, desde então, uma referência na análise do fenómeno da corrupção, a partir da percepção de especialistas e executivos de negócios sobre os níveis de corrupção no sector público.
Trata-se de um índice composto, ou seja, resulta da combinação de fontes de análise de corrupção desenvolvidas por outras organizações independentes.
Em 2012, a organização reviu a metodologia usada para construir o índice, de forma a permitir a comparação das pontuações de um ano para o seguinte.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1157 de 31 de Janeiro de 2024.