A fauna marinha endémica de Cabo Verde é um património mundial e um caso raro de biodiversidade nos mares. Para se ter uma noção: o arquipélago acolhe cerca de mais 300 espécies de peixes costeiros listadas, e dessas 23 são endémicas (ou seja, não existem em mais nenhum lado).
É uma taxa de endemismo enorme. Nas Canárias, por exemplo, onde existe semelhante número de espécies (cerca de 300 peixes na costa), há apenas duas endemias. E nos Açores, onde nadam 170 espécies, há só uma.
“Não se compara”. Porém, falar do conceito de Macaronésia em termos de biogeografia e bioregionalização marinha, é um equívoco, defende Rui Freitas, professor da Universidade Técnica do Atlântico (UTA).
“Do ponto de vista marinho Cabo Verde não é Macaronésia”
Um estudo publicado em Novembro de 2019 na revista Scientific Reports da Nature, que envolveu 24 autores, de 16 instituições, de 8 países e que foi co-coordenado e liderado pelo próprio Rui Freitas, sustenta a rejeição.
Intitulado “Reestruturação da unidade biogeográfica “Macaronésia”: Uma abordagem biogeográfica marinha de multi-táxons”, o artigo avalia a validade da Macaronésia como uma unidade biogeográfica coesa e os resultados mostram que não o é. Segundo as conclusões a que se chegou, Cabo Verde deve ser excluído dos outros arquipélagos macaronésicos, propondo-se aqui que Cabo Verde seja elevado e considerado uma subprovíncia biogeográfica dentro da província marinha da Transição Oeste-Africana.
“Do ponto de vista marinho Cabo Verde não é Macaronésia. Macaronésia é um conceito de botânica cunhado em 1845 por Philip Barker-Webb. O que une inicialmente esses arquipélagos são similaridades a nível da flora terrestre. Mas do ponto de vista marinho, somos muito diferentes (ou dissimilares) dos outros arquipélagos, que podem, no entanto, ter alguma similaridade entre eles”, explica o biólogo marinho e professor universitário.
Voltando aos endemismos, como vimos, os valores são incomparáveis. Aliás, a fazer-se algum tipo de comparação sobre esta taxa seria com ilhas remotas do Atlântico Sul, como Ascensão ou Santa Helena, que são isoladíssimas, porém de menor dimensão.
“Não estamos tão isolados como eles, mas funcionamos, do ponto de vista biogeográfico, e das forças que moldam a evolução, de forma muito parecida”, salienta.
Refúgio Marinho
Mas por que Cabo Verde tem hoje, no seu entorno marinho, tantos endemismos?
Do ponto de vista de Rui Freitas, o endemismo tem a ver, primeiro, com a distância ao continente. Não estamos isolados comparativamente com outras paragens, mas esta distância da fonte África é considerável.
E além da distância física, há as barreiras. Diz-se que o mar tudo une, sem muros nem fronteiras, mas na verdade, não é bem assim.
Os sistemas de correntes e outros aspectos da oceanografia, a diferentes escalas, criam uma barreira críptica, ou seja, que não é visível. Uma barreira biogeográfica no mar, que os organismos, às vezes, não conseguem geralmente atravessar.
As correntes acabam, pois, “por enclausurar alguns ambientes”. No caso de Cabo Verde, essa barreira existe em relação ao continente, e alguns peixes, nomeadamente os pequenos peixes criptobentónicos (pequenos peixes que vivem, camuflados, no fundo do mar) não conseguem transitar nem galgar.
“Cabo Verde não está, de todo, muito vinculado com o continente”, expõe Rui Freitas. “Há uma diferença e é devido a essas correntes”. Era esperado mais similaridades com os peixes na costa do Senegal.
Um outro aspecto “muito relevante é que também há uma distância relativamente grande entre os grupos de ilhas, o que acaba por criar condições próprias em cada região do arquipélago que propiciam esses endemismos”.
“O factor de distância é muito importante”, sublinha. E entre grupos ilhas verifica-se uma grande heterogeneidade topográfica e de profundidades, acrescenta.
Ademais, Cabo Verde tem uma grande diversidade de habitats marinhos, a topografia marinha é muito heterogénea, “diferente de uma grande extensão de uma plataforma continental, que é grande, mas onde é tudo igual ou bastante homogéneo”.
“É como se o nosso ambiente tivesse muitos tipos de casas diferentes, o que propicia a presença e a evolução de muitos organismos marinhos. Essa heterogeneidade do fundo também é um ambiente favorável à presença de grandes biodiversidades”. Porém entre outros, esses são factores que resultam ainda em baixa densidade populacional de organismos marinhos no arquipélago, e contribuem para um ecossistema diversificado, porém, frágil.
Há ainda uma teoria importante, que tem vindo a ganhar força, que pode explicar esse elevado número de endemismo. Os cientistas acreditam que na última glaciação (último máximo glaciar), há cerca de 20 milhões de anos, o ambiente ao entorno de Cabo Verde apresentava-se muito certamente ameno, o que acabou por o tornar numa zona de refúgio marinho de grande importância no Atlântico, especialmente na região central.
“É como se houvesse um oásis e muitos organismos marinhos vieram cá parar. Quando o mundo voltou à ‘normalidade’, ou seja, as calotes polares retraírem e o nível médio da água do mar subiu, a fauna local já estava enriquecida. Então, acredita-se que eventos glaciares o propiciaram e que hoje o que estamos a observar são meros resquícios do passado”, explica o biólogo.
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Sargos de Cabo Verde
Dos quatro sargos do género Diplodus que naturalmente ocorrem em Cabo Verde, três são endémicos. Ora, “isto não acontece em qualquer outro sítio”, salienta Rui Freitas. Essa diversificação única leva pois a acreditar que esse género de sargos, cujas diferentes espécies estão hoje espalhadas por todo o mundo, tenha surgido, primeiramente, à volta do entorno marinho de Cabo Verde.
Sargo branco Diplodus lineatus @G. Mascarenhas
Aliás, Sargo-branco-de-Cabo-Verde Diplodus lineatus, por exemplo, é considerado uma relíquia viva pois possui uma posição muito basal, muito ancestral, nas filogenias. Todos os marcadores moleculares o confirmam. É tão velho como o arquipélago.
“Devia estar na nota de Cabo Verde, pois é mais cabo-verdiano que qualquer um de nós”, brinca o biólogo.
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Águas limpas
Apesar do seu endemismo, as diferentes espécies de peixes cabo-verdianos, por exemplo, nunca entraram numa lista nacional de espécies endémicas e ameaçadas em que o seu estatuto de conservação esteja devidamente estabelecido. Nunca aconteceu, “mas a informação existe”, garante o ictiólogo. E essa informação diz que, no geral, não há perigos iminentes de extinção.
A maior parte dos peixes endémicos não tem valor comercial. Na verdade, dos 23 endemismos, metade são pequenos – “são os que não conseguem fazer as barreiras. Os tais peixes criptobentónicos.” A outra metade, já não é muito pequena, mas felizmente as suas carnes não são muito apreciadas.
Assim, peixes que do ponto de vista da biodiversidade são vistos emblemáticos de Cabo Verde [ver caixas], “por sorte, não têm valor comercial”, o que ajuda à sua preservação. Podem ser capturados acidentalmente (e às vezes são-no), mas não há uma pesca que lhes seja dirigida.
Entretanto, o próprio ambiente marinho em Cabo Verde é ainda considerado saudável.
“De uma forma geral, o ambiente costeiro marinho de Cabo Verde não é muito poluído. Se se somar toda a distância da linha de costa de Cabo Verde, temos cerca de 1000 km de costa e a maior parte está relativamente saudável, porque simplesmente não temos capacidade poluidora. Não temos dinheiro”, reitera, lembrando que “só quando há indústrias, economia de progresso, é que há muita poluição. A nossa poluição é muito fraca e pontual”.
Em suma: “não temos capacidade económica para gerar poluição suficiente e necessária para destruir ou por em alto perigo a nossa biodiversidade marinha, porém os impactos da pesca costeira é outro assunto”.
E até o lixo que inunda as praias e prejudica o nosso meio ambiente, como lembra, vem essencialmente do estrangeiro, trazido pelas grandes correntes oceânicas no Atlântico…
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Morro e Pá-mané-de-rabo-branco
Morro Girella stuebeli @Arturo Boyra
Donzela Pá-mané-de-rabo-branco Smiliparma hermani @Peter Wirtz
O morro Girella stuebeli e a donzela pá-mané-de-rabo-branco Similiparma hermani, ambos pretos, são também peixes endémicos particulares. Não só apenas existem no arquipélago de Cabo Verde (no Atlântico, portanto) como os seus “parentes” mais próximos estão no Índico e no Pacífico. Estamos perante duas espécies paleoendémicas, ou seja endemismos muito antigos vinculados ao mar de tethys e posterior formação do arquipélago, o que as eleva, portanto, a espécies emblemáticas do património natural de Cabo Verde.
Quanto à quantidade (densidade) de espécimes, é de destacar a donzela Chromis, chamada de burrinho/ruivo em Cabo Verde, que é encontrada junto aos recifes costeiros. “Um desses Chromis é a espécie lubbocki, descrita em 1986 por um britânico, que é endémica e é aquela que tem mais densidade em peixes nos mares costeiros de Cabo Verde. Parecem as nossas baratas d’mar, estão por todo lado”, ilustra o biólogo.
Burrinho /ruivo Chromis lubbocki @Tommy Melo
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Degradação
Apesar desses “prós” na conservação destas espécies, há também riscos e os desafios que temos neste momento são gritantes”, diz Rui Freitas, referindo à degradação marinha e costeira de muitas zonas particulares do arquipélago.
“Vai haver perdas de habitat e isso são ameaças muito importantes para a nossa biodiversidade”, vaticina.
A nível de ameaças directamente antropogénicas (provocadas pelo homem) é de destacar aqui a pesca. Apesar de, como referido, os endemismos não serem alvo desta actividade económica, a pesca costeira excessiva, desenfreada, inclusive vezes em áreas marinhas protegidas – e onde falha a regulamentação e fiscalização -, “está a criar um grande desequilíbrio ecossistémico”.
Em determinadas zonas costeiras já não existem, praticamente, peixes de interesse comercial e algumas com funções importantes. Ora, quando se retira do ecossistema espécies que possuem um papel ou valor funcional, há toda um impacto sobre esse mesmo ecossistema.
Por exemplo, espécies como os bidiões, que se alimentam de algas livres e calcáreas, estão a desaparecer das costas. Ora, se essas algas não estão a ser retiradas, há proliferação, e estas vão cobrir os corais. “Então vamos ter perda de corais por causa de uma acção humana e isto já está a acontecer em algumas situações”. Assim, mesmo não sendo visadas pela pesca, as espécies endémicas acabam por sofrer pelos efeitos provocados por esta, pela rápida alteração a que o ambiente marinho costeiro tem sido sujeito.
Soma-se, neste contexto, e tal como todo o ecossistema marinho global, os efeitos das mudanças climáticas”, nomeadamente o aumento da temperatura da água do mar, o branqueamento de corais e a acidificação dos oceanos, dentre outros efeitos.
Enfim, as ameaças são enormes, e para um país que pretende investir na Economia Azul e na Literacia dos Oceanos, “estamos a entrar numa situação muito desvantajosa”, refere o biólogo.
É fácil antever, os prejuízos esta perda de biodiversidade marinha trará nomeadamente em termos de turismo, o principal sector de rendimento económico do país. Corre-se, por exemplo, o risco de “trazer turista para fazer snorkeling (mergulho) e eles não terem nada de esperado para ver”. E isto precisa de ser contornado. Algo que não é fácil.
“Se nós temos muita dificuldade e falta de inércia em proteger aquilo que vemos a olho nu, ou seja, o ambiente terrestre e costeiro, imagine-se o ambiente marinho submarino, debaixo de água”, lamenta.
Valor patrimonial
Como referido, os peixes endémicos não têm valor comercial. Mas têm, sim, um imensurável valor patrimonial que deve ser reconhecido.
E isso não se aplica só aos peixes, mas a toda a biodiversidade marinha, como os moluscos de que falaremos em seguida.
Aliás, a nível científico são reconhecidos esses valores e riquezas endógenas.
“A área sem dúvidas com mais produção científica sobre Cabo Verde é a marinha. É a que traz mais investigadores internacionais per capita, tem mais multiplicidade de temas, mais interessa ao mundo e que se mais produz”, aponta o professor da UTA.
Mas para proteger é preciso conhecer. E dentre as 23 espécies endémicas, o investigador destaca as espécies costeiras: Diplodus lineatus, Girella stuebeli, Similiparma hermani e o rarode fundura Parapercis atlantica (ver caixas).
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Em águas profundas
Quanto mais fundo no oceano, mais homogéneo e mais ampla a distribuição dos animais que aí habitam. Assim, os endemismos localizados são muito mais raros em águas profundas. Mas Cabo Verde abriga também um peixe endémico de fundura.
Chama-se Parapercis atlantica e tem uma história interessante, que Rui Freitas nos conta.
O pequeno Cabo Verde sandperch Parapercis atlantica, foi pela primeira vez capturado com uma draga de fundo há cerca de 140 anos (em 1883) em um levantamento da Macaronésia pelo navio francês Talisman no canal de São Vicente – Santo Antão, e “a espécie foi descrita para a ciência, quatro anos depois, com base num único espécime conhecido”.
Parapercis atlantica @Alvheim Oddgeir
Só em 2011, mais de um século passado, foram capturados novamente outros exemplares, durante a expedição marinha com o velho navio Dr Fridtjof Nansen. Nessa altura, os espécimes foram depositados no museu e numa colecção de referência e as fotos adicionadas à FishBase. Uma década depois, em 2021, o novo navio Dr Fridtjof Nansen de investigação regressou às águas de Cabo Verde e a equipa científica, incluindo Rui Freitas, a bordo encontrou novamente quatro novos exemplares. Neste momento, conta-se com 16 exemplares para análise.
“Estamos a fazer neste momento a redescrição total da P. atlantica, e agora sim, vamos descrever a espécie como deve ser”, com medições, análises ao conteúdo estomacal, dentadura, poros, etc, conta Rui Freitas.
Entretanto, “há pequenos grupos que ainda estão a ser escrutinados, mas a nível de peixes, o conhecimento já é bastante consolidado. Não vamos encontrar muito mais peixes daqui para frente”, vaticina.
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Moluscos
O rei Africonus
Se o endemismo dos peixes em Cabo Verde é elevado, quando se fala de moluscos, é extraordinário.
São dezenas de espécies endémicas, muitas delas restringidas a uma única baía, pois não têm capacidade de dispersão pela forma de reprodução com larva de um desenvolvimento quase directo.
“A história que se pode contar a volta dos Cones/Conus é dez vezes mais radiante do que os peixes. Porque eles não são endémicos de Cabo Verde. São endémicos de uma baía de uma ilha”, observa Rui Freitas, a quem, aliás, os pares já atribuíram recentemente o nome a um cone (Conus freitasi) – “uma menção honrosa muito comum na ciência”, no âmbito do trabalho investigativo por ele desenvolvido.
Na verdade, há nas costas cabo-verdianas uma grande riqueza de gastrópodes marinhos – lesmas, lapas, e outros moluscos com concha. Mas nenhuma tão excepcional como esta família Conidae (Cones), onde se estima que em 94,6% das 56 espécies presentes no arquipélago sejam endémicas. Aliás, existe mesmo um género – Africonus – que se refere especificamente a esses cones crioulos.
“Os Africonus são todos cabo-verdianos. E a forma como eles radiaram e diversificaram à volta de Cabo Verde, especialmente as ilhas mais antigas e rasas, segundo os especialistas, é algo único a nível mundial”, conta o biólogo.
Dentro dos Africonus, só as ilhas de Boa Vista e Maio, por exemplo, têm 24 espécies, que apenas existem nesse entorno. E na Zona de São Vicente e Santa Luzia, onde há doze, novas descobertas continuam a ser feitas e novas espécies, descritas regularmente.
É o caso de um novo grupo de pequenos moluscos marinhos cabo-verdianos apelidado com género Mirpurina em 2019, em homenagem da Fundação portuguesa Mirpuri, que tem vindo a ser estudado nos últimos cinco anos e encontrado, aos poucos, pelo arquipélago. Está-se, assim, a desvendar rapidamente uma história muito parecida com a radiação explosiva dos Cones de Cabo Verde.
Mas enquanto se descobrem novas, outras já se extinguiam. Aconteceu em zonas de expansão urbana, como é o caso da Matiota, na zona da Laginha, em São Vicente, onde havia uma espécie única, o Conus matiotai. hoje restam apenas conchas como testemunho de sua existência, pois a espécie não sobreviveu.
E há outros exemplos, em grande parte devidos às características limitativas que já se referiam - pequenas populações, exclusivas de um só local, muito específico. Daí que é preciso conservar. E para conservar, insiste Rui Freitas, é preciso conhecer e valorizar, e o tempo passa.
“A tartaruga está na moda, as aves estão na moda”, mas a fauna marinha, em particular, dos moluscos, está pouco mediatizada, e não lhe é dada grande importância. Não podes proteger o que não conheces”, refere.
Mercado “negro”
Entretanto, há uma ameaça a destacar. O comércio internacional de conchas de Cabo Verde, nomeadamente de Cones, é algo que todos os ambientalistas conhecem. Mas até hoje, Cabo Verde não delineou nenhuma medida preventiva ou, sequer, reactiva a este comércio.
Para Rui Freitas este é, de facto, um problema muito grave que merece atenção e acção urgente.
O ciclo é o seguinte: os cones vivem a maior parte do ano enterrados na areia. Por volta do final do primeiro semestre do ano, sobem para se reproduzir. É nessa altura que alguns “piratas turistas”, como lhes chamam biólogo, que têm essa informação, vêm a Cabo Verde e fazem snorkeling, nomeadamente à volta da Boa Vista, Sal e Maio “para apanhar esses cones e pôr no mercado seja negro ou branco”.
Búzios / Cones de Cabo Verde @Regina Cunha
Fáceis de transportar (têm cerca de dois centímetros), essas conchas são bastante apreciadas pela sua beleza e valor ornamental. Basta ir ao Ebay, procurar, e encontram-se vários cones nacionais à venda, num valor que ronda, em média, cerca de 2500 ECV por exemplar.
E quanto mais raros, mais caros. “Os Conus verdensis, de Santiago, chegam a 500 euros”, conta Rui Freitas.
Vários países, nomeadamente no Caribe, como Arruba já têm encetado algumas medidas de controlo nas suas fronteiras, mas ainda não é caso de Cabo Verde. Medidas, que no seu entender, urge implementar uma concertação nacional e plano de acção entre partes envolvidas.
É de referir, entretanto, que essas espécies endémicas não são comercializadas para comer. Em Cabo Verde, até porque o país não os conhece bem, na verdade, nem têm qualquer valor comercial, embora tenham um valor maior. “O valor que eles têm é o valor patrimonial, do nosso património natural” e mostra-lo convenientemente ao mundo pode render milhões à Economia Azul nacional, conclui o biólogo.
@Fotos gentilmente cedidas por Rui Freitas
Reportagem realizada no âmbito do Projecto CFI/Terra África
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1158 de 7 de Fevereiro de 2024.