Katya Neves falava na abertura do ateliê de consulta e validação da informação de base para a gestão das pescas baseada na abordagem ecossistémica das pescas, com foco na cavala preta e nos pequenos atuns, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no quadro do projecto "Cadeias de Valor de Peixes Sustentáveis para Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento".
Conforme a responsável é desta forma que se consegue “diversificar com novas espécies, novos bancos de pesca para garantir a sustentabilidade dos rendimentos das famílias e também a segurança alimentar”.
A mesma fonte lembrou que a FAO se comprometeu a apoiar, em parte, a implementação da estratégia o sector das pescas que foi validada pelo Governo, pelo que já tem disponibilizado “um pacote de aproximadamente 700 mil dólares” com parcerias estabelecidas com a Escola do Mar e com o Instituto do Mar e outros actores até o final deste projecto, em 2025.
“Quero aqui reiterar o compromisso da FAO para continuar a mobilizar recursos para a implementação da estratégia que foi validada pelo sector, pelos parceiros e pelo Governo”, reforçou.
Por sua vez, a representante da Direcção Nacional Pescas, Iolanda Brites, explicou que o Governo elaborou a estratégia de desenvolvimento da cavala preta e o do atum, pelo que a realização do ateliê tem o objectivo de validar toda a informação de base que foi recolhida junto a todos os actores e parceiros do sector referentes a essas pescarias.
“Grosso modo, para capturarmos a cavala e o atum, teremos que ter uma abordagem ecossistémica, um plano de gestão dos recursos que a pesca já implementamos desde 2005. Nesse momento, são duas pescarias importantes para Cabo Verde e, claro, para termos rendimentos, temos que gerir de uma forma sustentável”, argumentou, pedindo o engajamento das instituições para que os pescadores tenham rendimentos, nessas duas pescarias, mas numa óptica de sustentabilidade.
O Projecto Cadeias de Valor de Peixes Sustentáveis para Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento é implementado pela FAO, com o financiamento do Ministério dos Oceanos e Pescas da República da Coreia.
Em Cabo Verde, é implementado nas ilhas de Santiago, São Vicente e São Nicolau, e tem como objectivo melhorar as cadeias de valor da cavala preta e dos pequenos atuns.