O corpo, segundo a mesma fonte, vai ser velado em casa da filha, na Achada Santo António, e o funeral está marcado para as 16:00 de sexta-feira, 03.
Jaime Schofield nasceu em São Vicente a 27 de Maio de 1939.
A morte do pai leva-o a interromper os estudos liceais, para trabalhar como professor primário.
A partir de 1965/66 regressa aos estudos para concluir o liceu e, com outros amigos e colegas, nos finais de 1966, organiza uma célula do PAIGC em Santo Antão, a fim de preparar a guerrilha a partir da ilha.
Menos de um ano depois, em 8 de Outubro de 1967, foi preso pela PIDE, tendo cumprido pena na Cadeia Civil da Praia (Santiago) sendo depois enviado para o Campo do Tarrafal, no início de 1970.
“O grupo (eu, o Lineu Miranda, o Carlos Tavares e o Luís Fonseca) chega acompanhado pela PIDE. Fomos recebidos pelos polícias portugueses que faziam a guarda do Campo de Concentração e somos internados.(…) Os muros do Campo da Morte Lenta pareceram-me um verdadeiro e imenso túmulo. Pensei que terminaria ali os meus dias. (…) O Campo impressionou-me pela dimensão e estrutura tumular. Para mais, a recepção da PIDE, a entrada na caserna, a brutalidade das pessoas, a obediência canina, o meu pensamento era só: ‘daqui não saio’”, relatou no livro ‘Tarrafal-Chão Bom, Memórias e Verdade’, de José Vicente Lopes.
Quando saiu do Tarrafal, em Fevereiro de 1973, Jaime Schofield quis recuperar a sua profissão de professor, o que lhe foi negado, “por causa do contacto com os alunos”, e foi-lhe dado um cargo nos Serviços de Educação, com a categoria de professor primário, mas com subsídio de chefia.