Em declarações à imprensa, à margem do workshop sobre “Conectividade Interilhas, Internacional e Intermodal e Conectividade Digital”, realizado esta terça-feira, na Praia, Olavo Correia destacou que a inclusão de Cabo Verde neste terceiro pacote do MCC reflecte o reconhecimento dos Estados Unidos da América pelo país e pelo trabalho realizado pelas gerações cabo-verdianas ao longo das últimas décadas.
O governate frisou que a “única prioridade” para Cabo Verde é a conectividade e a mobilidade em suas diversas formas.
“Se conseguimos, com o apoio do compacto, garantir o melhor nível de serviços, oferta, governança com maior sustentabilidade e colocar a conectividade ao serviço da diversificação e da aceleração dinâmica e gestão económica de Cabo Verde, estaremos a prestar com os Estados Unidos da América um grande serviço à nação cabo-verdiana, mas sobretudo aos jovens cabo-verdianos e às mulheres cabo-verdianas em todas as ilhas de Cabo Verde,” afirmou.
O objectivo é garantir que o compacto contribua para a criação de um Cabo Verde “mais envolvido, mais inclusivo e com oportunidades para todos”: os cidadãos, tanto nas ilhas quanto na diáspora. Olavo Correia explicou que o montante destinado ao compacto será definido numa fase posterior, após a apresentação dos projectos.
“Depois disso, apresentaremos de forma consistente, com base em estudos, com base em análise, com envolvimento de toda a nação cabo-verdiana e só depois entregaremos o envelope justificado ao compacto e nessa altura nós depois estabeleceremos com os Estados Unidos o montante que será alocado a Cabo Verde,” detalhou o vice-primeiro-ministro.
O governate sublinhou que, neste momento, a prioridade é definir os resultados a serem entregues aos cidadãos, além de se concentrar nas reformas necessárias, nos projectos a serem desenvolvidos e nos objectivos a serem alcançados. O vice-primeiro-ministro enfatizou a necessidade de uma visão estratégica para a nação, destacando a importância de analisar os projectos e alinhá-los com a visão do governo para o futuro.
“Neste momento é preciso ter a visão estratégica, percepção de todos, analisar os projectos e encaixá-los dentro da visão do Governo em relação ao futuro da nação, que é fazer da conectividade e mobilidade um pilar de aceleração e da amplificação das oportunidades para duplicar o potencial de crescimento da economia cabo-verdiana,” disse.
O vice-primeiro-ministro também destacou a necessidade de agir em áreas fundamentais para superar os desafios, como a acção climática, a transição digital, a diversificação da economia nacional e do sector privado, a melhoria do ambiente de negócios e investimentos, e o desenvolvimento do capital humano.
Estudos nas áreas de conectividade e mobilidade
Por sua vez, a coordenadora da Unidade de Desenvolvimento de Programa (UDP), Joana Brito, explicou que actualmente estão sendo realizados estudos nas áreas de conectividade e mobilidade, com a fase de análise dos constrangimentos já em andamento.
“Neste momento já foram desencadeados estudos nessas duas áreas e que estão na fase de analisar os constrangimentos,” informou.
Joana Brito detalhou que a fase de elaboração dos projectos pode levar entre 18 meses e dois anos, após o que o Governo apresentará os projectos ao conselho de administração do MCC e negociará o pacote.
“A fase de elaboração dos projectos pode chegar entre 18 meses e dois anos e só depois deste tempo é que o Governo irá apresentar ao conselho de administração do MCC e negociar o pacote,” acrescentou.
Joana Brito também destacou que todo o sector privado será directamente envolvido no processo, assim como toda a sociedade civil. “Todo o sector privado será directamente envolvido nesse processo, como também toda a sociedade civil, e esta modalidade de consulta será implementada ao longo deste processo de desenvolvimento do Compacto,” apontou.
Este é o terceiro financiamento que Cabo Verde recebe do MCC, com as edições anteriores, em 2005 e 2012, tendo contemplado investimentos em infraestruturas portuárias e no abastecimento de água e saneamento, totalizando 176 milhões de dólares. O novo compacto visa transformar e ampliar a conectividade e a mobilidade no país, promovendo um crescimento económico mais robusto e sustentável.
Os projetos estarão alinhados com as duas prioridades estabelecidas: conectividade inter-ilhas, internacional e intermodal, além da conectividade digital. Estas áreas são essenciais para duplicar o potencial de crescimento econômico do país, conforme destacado pelo vice-primeiro-ministro Olavo Correia.
*com inforpress.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1188 de 4 de Setembro de 2024.