O projecto integrado para a sustentabilidade económica, social e ambiental no sector do turismo nas ilhas de Sal e Boa Vista vem concretizar a “visão de sustentabilidade no sector do turismo”, traduzida em medidas de redução de consumo de energias fósseis, conforme o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
O chefe do Governo, que presidiu à cerimónia da assinatura do pacto, considerou o momento de pioneiro, que começa pelo turismo, pelo facto de 25% da economia cabo-verdiana depender do turismo.
“Isto significa que para além do crescimento, do emprego e do consumo de um conjunto de bens, como água, energias, alimentos a produção de resíduos e a pressão sobre o ambiente, o que faz todo sentido”, clarificou o primeiro-ministro.
O projecto, explicou a mesma fonte, começa nas ilhas do Sal e da Boa Vista porque 82% do turismo está concentrado nestas duas ilhas, o que quer dizer que “o grosso do consumo e da produção turística” está nestas duas ilhas.
Para o chefe do Governo, a sustentabilidade hoje é “mais do que uma necessidade” porque é preciso crescer, com as margens que o país tem para crescer, mas com sustentabilidade.
“Está devidamente alinhado com o nosso plano das estratégias de um ambiente sustentável, mais energia renovável, mais eficiência energética, soluções alternativas de produção, distribuição e consumo de água com maior eficiência, mobilidade elétrica e tudo isso significa poupança para todos”, finalizou Ulisses Correia e Silva.
Para a embaixadora do Reino de Espanha em Cabo Verde, Ana Pietro, há pouco menos de dois anos foi lançado na ilha do Sal o Projeto Integrado para a Sustentabilidade Económica, Social e Ambiental do Setor do Turismo nas ilhas do Sal e da Boa Vista e hoje já se está a ver progressos e, sobretudo, o compromisso dos actores-chave e relevantes.
Segundo a mesma fonte, a sustentabilidade na cadeia de valor do turismo refere a integração de práticas responsáveis que respeitem o ambiente, a economia local, a sociedade em todas as fases e por todos os atores envolvidos na actividade turística.
Segundo Ana Pietro, este tipo de pacto é um “compromisso estratégico” para que o turismo continue a ser uma fonte de emprego e de crescimento económico, mas sem comprometer os recursos naturais, culturais e sociais dos destinos turísticos.
Por seu lado, o representante dos signatários, Alexandre Abade, declarou que todos, de alguma forma, tem “bem presente o impacto” que as alterações climáticas podem ter na vida pessoal de cada um.
Daí, sintetizou, este tema da sustentabilidade ser “demasiado importante” para ser adiado, pelo que necessita de ser repetido e ter um plano que seja concretizado.
A assinatura do Pacto de Sustentabilidade para o sector do turismo da ilha do Sal, que se enquadra num projecto que engloba também a ilha da Boa Vista, discutido, acordado e assinado com a participação de actores públicos, privados e da sociedade civil do Sal, constitui “um compromisso de parte a parte” com indicadores e metas ancoradas num plano de sustentabilidade.
O projecto foi estruturado pelo Governo, através do Ministério do Turismo e Transportes, cofinanciado pelo Reino de Espanha.