Em entrevista à imprensa esta manhã, durante as acções de pulverização e sensibilização no combate à proliferação de dengue nos bairros críticos da capital, Maria da Luz avançou que o bairro de Fontom tem tido presença de mosquitos Anopheles transmissores do paludismo.
Neste momento, garantiu, já foram abertas investigações para detectar se são casos autóctones ou importados, e se essas pessoas estiveram fora do País nas zonas endémicas da África e Ásia.
Conforme adiantou, os técnicos da vigilância laboratorial e entomológica estão atentos aos factos para identificar onde estão localizadas e concentradas as larvas desses mosquitos para serem combatidos.
“Estamos a ver se são casos importados ou não, ver este vínculo epidemiológico com países endémicos de paludismo. As acções já começaram a ser tomadas”, reiterou, realçando que todos os serviços de saúde têm testes rápidos para casos suspeitos de paludismo.
Segundo esta responsável, em casos de preocupação com doenças de transmissão vectorial, são implementadas de imediato todas as acções de pulverização extra-domiciliar, feita nos domicílios e no raio de 300 metros.
Em matéria de prevenção, destacou, são materializadas acções de identificação de larvas de mosquitos, com recolhas para análises no laboratório, e informação no terreno aos donos das residências das medidas que devem ser tomadas para evitar a proliferação de viveiros de mosquitos.
“Estas acções são sempre tomadas mesmo que a investigação não esteja concluída, as acções de saúde pública são priorizadas e iniciadas imediatamente logo que haja qualquer suspeita de problema de saúde pública que tenha potencial epidémico”, sublinhou.
Maria da Luz disse que embora os dois casos já tenham sido confirmados, o mosquito Anopheles não tem sido muito identificado, recordando que o insecto tem áreas selectivas e comportamentos específicos.
Cabo Verde foi, em Janeiro deste ano, certificado pela Organização Mundial da Saúde como país livre de paludismo, tornando-se o primeiro da África Subsariana.
O País cumpriu com o plano de prevenção, tendo desenvolvido actividades de vigilância epidemiológica e etimológica nos portos e aeroportos desde 2020, e acções de diagnóstico precoce do vírus e investigação de casos para evitar casos locais.