O director geral da Afrosondagem, José Semedo, nota que em 2017, período anterior à crise provocada pela pandemia da COVID-19, o número situava-se nos 57% , em 2024 aumentou para 64%.
O interesse em emigrar é particularmente elevado entre os jovens, atingindo 76% entre os entrevistados com idades entre os 18 e os 35 anos, e entre os desempregados à procura de trabalho (82%).
“Também temos dados interessantes que têm a ver com a população jovem. Cerca de 76% dos jovens ponderam emigrar, e também essa saga de emigração apanha todas as faixas etárias, mas também apanha pessoas de todos os níveis de educação” disse.
"A principal razão que leva os cabo-verdianos a quererem emigrar é, sobretudo, a procura de emprego", acrescentou.
Além disso, 75% dos trabalhadores disseram já ter considerado emigrar.
Os homens demonstram maior interesse em emigrar do que as mulheres (70% contra 59%), assim como os residentes urbanos em comparação com os rurais (65% contra 60%).
A Europa continua a ser o destino preferido pelos cabo-verdianos, com seis em cada dez (61%) a indicar países europeus, seguida pelos Estados Unidos da América, com 28% .
Relativamente à imigração, quando questionados sobre se o país deve acolher o mesmo número de imigrantes que vêm procurar trabalho, as opiniões estão divididas, segundo a Afrosondagem.
Cerca de 34% afirmaram que o arquipélago deve receber menos imigrantes à procura de emprego, 25% consideram que deve receber mais, e 16% acham que o número deve ser mantido.
"Nós somos um país com propensão para a emigração, mas também, de certa forma, temos algum receio em receber imigrantes", explicou.
Sobre a emigração dos jovens nos últimos dois anos, 27% consideram que houve uma emigração em massa, enquanto a maioria, cerca de 67%, considera que a saída dos jovens é benéfica para os países da Europa e dos Estados Unidos.
O inquérito envolveu 1.200 entrevistados das ilhas de Santiago, São Vicente, Santo Antão e Fogo, abrangendo mais de 85% da população cabo-verdiana.
Os dados deste estudo foram avançados à imprensa no âmbito do 10º inquérito da Afrobarometer/Afrosondagem sobre a qualidade da democracia e da governação em Cabo Verde.