Jacob Vicente fazia à Inforpress o balanço do atendimento das pessoas nesta instituição em 2024, indicando que nesse ano esta doença esteve no topo das doenças mentais que mais foram diagnosticadas no CAP.
A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, explicou, é um estado de esgotamento físico, emocional e mental causado por estresse prolongado ou excessivo, especialmente no ambiente de trabalho.
Carga de trabalho excessivo, dinâmica de trabalho desafiadora, falta de reconhecimento e de equilíbrio entre o trabalho e vida pessoal, ambiente de trabalho tóxico, problemas pessoais, são factores que podem causar este fenómeno.
Em relação aos sintomas destacou o problema de ansiedade e depressão, baixa auto-estima e insegurança, problemas de sono, isolamento, dores de cabeça e musculares, entre outros sintomas.
O problema do consumo exagerado do álcool, depressão, problema de automutilação entre os jovens, ansiedade, constituem também outras doenças da saúde mental que foram diagnosticadas neste serviço no ano passado.
O especialista avançou que a instituição atendeu mais de três mil pacientes a nível nacional e alguns também que residem na diáspora, considerando que as diferentes doenças da saúde mental no país são "preocupantes", sobretudo, a depressão, ansiedade e Síndrome de Burnout.
Este responsável fez saber que um outro caso que despertou muita atenção e preocupação dos especialistas deste centro é o aumento de casos de adolescentes que estão no início e no fim do liceu que fazem a automutilação, destacando que atenderam mais de 30 jovens.
Por isso, chama atenção dos pais e encarregados de educação para ficarem mais atentos nos comportamentos dos adolescentes e jovens nesta faixa etária, apontando alguns exemplos, como isolamento e quando vestem muitas peças de roupas, mesmo com muito calor, entre outros sinais.
Jacob Vicente acredita que existem ainda mais casos das pessoas que têm problemas de saúde mental, mas que não são diagnosticadas.
“Muitas pessoas não têm condições financeiras para fazer consultas e depois fazer tratamento de uma depressão, por exemplo, que demanda muitas sessões até que o paciente termine o tratamento”, explicou.
Neste particular sublinhou que é necessário que o Governo permita que as consultas de psicologia no sector privado sejam cobertas pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) para que os trabalhadores que não tenham condições de pagar uma clínica possam fazer as sessões de terapia quando diagnosticada com alguma doença de saúde mental.
“O Governo deveria comparticipar para que os trabalhadores tenham um psicológico. É preciso dar acesso a cuidados de saúde mental”, sublinhou, apelando ainda ao Governo para começar a reagir sobre este tema com outro tipo de abordagem, com uma abordagem" mais prática e científica e ainda sem “achismo".
Para finalizar recomendou as pessoas a procurar ajuda de um profissional de saúde sempre que enfrente algum problema mental, cultivar hábitos alimentares saudáveis, ter um sono regular, evitar ingestão de álcool e outras drogas ilícitas e praticar sempre as actividades físicas.