Acesso à medicação e ao diagnóstico apontados como desafios no tratamento da epilepsia

PorAnícia Veiga, Rádio Morabeza,26 mar 2025 11:44

A melhoria no acesso à medicação e aos exames de electroencefalografia continua a ser um dos desafios a serem superados no tratamento da epilepsia. Declarações feitas hoje, na Praia, pela responsável do Laboratório de Electroencefalografia do Hospital Universitário Agostinho Neto, Antónia Fortes, que falava à margem do primeiro workshop sobre epilepsia, realizado sob o lema “Epilepsia: Vamos quebrar o estigma”.

“Apesar de já termos conseguido obter muitos ganhos tanto a nível do diagnóstico como do tratamento, ainda temos muitos desafios, como melhorar o acesso à medicação; termos disponíveis mais medicamentos anticonvulsivantes no país; aumentar a possibilidade de todos os doentes terem acesso à investigação;  bem como o acesso à electroencefalografia, que é um exame fundamental para o correcto diagnóstico, acompanhamento e tratamento da epilepsia”, apontou.

Em Cabo Verde, cerca de 5 mil pessoas sofrem de epilepsia e a tendência é que este número venha a aumentar, com maior incidência na infância e em idosos.

“Há outras causas também que podem desencadear uma epilepsia. Nós sabemos que o AVC é a primeira causa da morte em Cabo Verde, e uma pessoa que teve um AVC pode vir a ter uma epilepsia. Pessoas com infecção do sistema nervoso central, como a meningite, a encefalite, que é muito comum nas crianças e também nos adultos, podem também vir a ter uma epilepsia. Nas crianças é mais frequente devido à febre. Por exemplo, a febre causa uma crise epilética aguda que é a primeira causa que ronda valores entre os 3% a 5% na população pediátrica”, destacou.

Antónia Fortes defende que a prevenção da epilepsia passa pela melhoria das condições de saneamento e pela promoção da literacia em saúde sobre esta matéria.

Sim, existem formas de prevenção. No nosso país, ainda há muito a fazer para prevenir as infecções do sistema nervoso central, como a infecção parasitária, que é bastante comum em Cabo Verde, e a epilepsia secundária à cisticercose cerebral. Para isso, é necessário melhorar o saneamento da água e fornecer mais informações à população sobre a forma correta de manipular a alimentação”, alertou.

O Dia Mundial para a Consciencialização sobre a Epilepsia é assinalado a 26 de Março.

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Autoria:Anícia Veiga, Rádio Morabeza,26 mar 2025 11:44

Editado porSara Almeida  em  26 mar 2025 14:47

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