“Apesar de já termos conseguido obter muitos ganhos tanto a nível do diagnóstico como do tratamento, ainda temos muitos desafios, como melhorar o acesso à medicação; termos disponíveis mais medicamentos anticonvulsivantes no país; aumentar a possibilidade de todos os doentes terem acesso à investigação; bem como o acesso à electroencefalografia, que é um exame fundamental para o correcto diagnóstico, acompanhamento e tratamento da epilepsia”, apontou.
Em Cabo Verde, cerca de 5 mil pessoas sofrem de epilepsia e a tendência é que este número venha a aumentar, com maior incidência na infância e em idosos.
“Há outras causas também que podem desencadear uma epilepsia. Nós sabemos que o AVC é a primeira causa da morte em Cabo Verde, e uma pessoa que teve um AVC pode vir a ter uma epilepsia. Pessoas com infecção do sistema nervoso central, como a meningite, a encefalite, que é muito comum nas crianças e também nos adultos, podem também vir a ter uma epilepsia. Nas crianças é mais frequente devido à febre. Por exemplo, a febre causa uma crise epilética aguda que é a primeira causa que ronda valores entre os 3% a 5% na população pediátrica”, destacou.
Antónia Fortes defende que a prevenção da epilepsia passa pela melhoria das condições de saneamento e pela promoção da literacia em saúde sobre esta matéria.
Sim, existem formas de prevenção. No nosso país, ainda há muito a fazer para prevenir as infecções do sistema nervoso central, como a infecção parasitária, que é bastante comum em Cabo Verde, e a epilepsia secundária à cisticercose cerebral. Para isso, é necessário melhorar o saneamento da água e fornecer mais informações à população sobre a forma correta de manipular a alimentação”, alertou.
O Dia Mundial para a Consciencialização sobre a Epilepsia é assinalado a 26 de Março.