Paludismo: Cabo Verde contabilizou em 2024 casos de transmissão local provocado por caso importado - director

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,24 abr 2025 15:11

Cabo Verde contabilizou no ano passado alguns casos de transmissão local do paludismo, classificado como casos de terceira geração, por ter surgido a partir de um caso importado, disse à Inforpress o director do programa.

“É preciso lembrar que devido a existência do vector que transmite a doença no país a população está suscetível a ser infectada. Como conseguimos controlar rapidamente os casos, neste momento estamos na fase da implementação das actividades do plano da prevenção da reintrodução do paludismo” declarou o director do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo, António Moreira.

Em declarações à Inforpress, no âmbito do Dia Mundial do Paludismos, que se assinala na sexta-feira, 25, a vigilância deve ser o “eixo principal” na luta contra o paludismo, visto tratar-se de uma doença “instável, de transmissão sazonal e dependente da pluviosidade”.

O responsável pelo programa considerou o ano 2025 como “muito especial”, tendo realçado que o que se pretende é trabalhar para evitar as doenças de transmissão vectorial, como paludismo e as arboviroses, em que se inclui a dengue.

“Foram criadas todas as condições para se fazer um bom trabalho na área de vigilância epidemiológica e entomológica evitandos casos locais”, disse, informado que apesar da data ser assinalada em todo ao país o acto central vai ser na região sanitária Santiago Norte, ou seja, em Santa Catarina, Assomada.

Para assinalar a data, conforme referiu, tem sido feito várias actividades, sobretudo na promoção e prevenção, e trabalhos ligados à comunidade na sensibilização visando evitar a proliferação dos mosquitos.

António Moreira recordou ainda que na cidade da Praia a zona de Fontão é a mais conhecida como viveiro de mosquitos e ponto de acesso de malária, por ser o local onde tem surgido alguns casos da doença.

“Para marcar a data, na sexta-feira estaremos reunidos com os parceiros internacionais, as delegacias, instituições do Estado e as câmaras municipais para fazermos um ponto de situação e ver como estamos em termos da situação epidemiológica da doença e tomar as medidas necessárias para evitar casos de transmissão no país”, afirmou.

Nos anos 40, o paludismo era responsável por 60 por cento (%) dos internamentos hospitalares em Santiago, tendo a epidemia afectado São Vicente, em 1952-1953, em que mais de três mil casos foram registados.

A ilha de São Nicolau foi também afectada várias vezes por epidemias mortais de vários milhares de casos, mas as campanhas repetidas de luta antivectorial do programa de pré erradicação foram suspensas em 1969 tendo o vector sido considerado eliminado em todas as ilhas, excepto em Santiago.

O reaparecimento do paludismo em Santiago aconteceu a partir de 1973, surgindo duas epidemias num intervalo de dez anos, em 1977, com 80 casos e, em 1987, com 89.

Em 2017 aconteceu um surto com 217 casos e um óbito.

Cabo Verde desde final de 2018 não registou nenhum caso local, mas em 2021 o país contabilizou 21 casos importados de paludismo, época em que se iniciou a campanha malária zero para a obtenção da certificação livre da doença que aconteceu em 2024.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,24 abr 2025 15:11

Editado porAndre Amaral  em  24 abr 2025 15:13

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