Ângela Gomes falava à imprensa esta segunda-feira, na cidade da Praia, na abertura da formação dos inquiridores.
“É de extrema importância, porque aqui temos indicadores relativos à saúde sexual e reprodutiva, saúde materna e infantil, ao estado nutricional das nossas crianças e das nossas grávidas, à prevalência do VIH/Sida e, sobretudo, à taxa de cobertura vacinal. São indicadores que nos apoiarão, aliados aos dados administrativos que recolhemos no nosso dia a dia. Cruzando essas informações, saberemos tomar as melhores medidas de saúde pública”, afirmou.
A directora Nacional da Saúde acredita que os dados a serem recolhidos deverão reforçar as medidas já existentes no sector.
“No mínimo, vamos ter de reforçar, porque o inquérito traz sempre informações novas. Tentámos também introduzir a cobertura vacinal, que é uma informação muito importante. Temos uma taxa de cobertura vacinal administrativa acima dos 97% e queremos que seja reforçada. A nível das anemias, creio também que nos trará informações — principalmente relativamente a determinadas faixas etárias — que poderão trazer algumas nuances e permitir-nos melhorar a eficácia e eficiência das políticas públicas. Mas mudar tudo, penso que não trará informações de grandes mudanças”, reconheceu.
A coordenadora do 4.º Inquérito Demográfico e de Saúde Reprodutiva (IDSR IV), Alicia Pinto, indica que, para este inquérito, além dos inquiridores, estarão também no terreno agentes de saúde para a recolha de amostras destinadas à análise de anemia e VIH.
“Para além dos inquiridores, temos também alguns agentes de saúde. Estes serão responsáveis pela colheita de sangue para análise do VIH/Sida e da anemia. O público-alvo que fará o teste corresponderá apenas a metade da amostra. Temos uma amostra de 8.940 agregados familiares e, destes, metade será sujeita aos testes de VIH/Sida e anemia. Para estes casos, temos um questionário que chamamos de biomarcador, onde vamos recolher os dados sobre o VIH e a anemia.”
O 4.º Inquérito Demográfico e de Saúde Reprodutiva (IDSR IV), do INE, decorre entre os meses de Julho e Setembro, com uma amostra de aproximadamente 11 mil pessoas. O foco é a saúde reprodutiva, a medição da prevalência do VIH/Sida e da anemia, o estudo da violência baseada no género e a avaliação do estado nutricional das crianças e das mulheres.