O Ministério da Justiça de Cabo Verde, em parceria técnica e financeira com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), deu início à primeira actividade do projecto “Ami ê di Paz, y bô?”, com uma visita institucional à acção formativa em curso na comunidade.
A formação, direccionada a jovens NEET, que não estudam, não trabalham e nem frequentam formação, visa segundo a ministra da Justiça, Joana Rosa, “trabalhar a criminalidade na prevenção e criar oportunidades para os jovens que abandonaram o sistema de ensino ou têm problemas de desestruturação familiar”.
A governante destacou que se trata de “um projecto importante”, desenvolvido em colaboração com um pastor da Igreja Nazareno, e que está a ser implementado nos bairros da capital.
De acordo com Joana Rosa, o objectivo passa por integrar esses jovens na sociedade, através da capacitação psicossocial e profissional.
“Estamos preparados para formar jovens em canalização, electricidade, actividades geradoras de rendimento, entre outras áreas, para que possam construir uma sociedade de paz e tornar-se elementos úteis dentro da própria comunidade”, afirmou.
A governante reforçou o compromisso do Governo com uma abordagem estruturada.
“O projecto é feito com cabeça, tronco e membros. Fazemos acompanhamento psicossocial, entregamos um kit, incentivamos o autoemprego e seguimos os jovens até alcançarem o seu projecto de vida”, reiterou.
Presente na actividade, o representante residente do PNUD, e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), David Matern, afirmou que o sucesso do projecto será avaliado com rigor, e que nas primeiras fases já investiram 40 mil dólares na formação de 40 jovens, dos quais 80% estão actualmente empregados.
Apesar das limitações orçamentais actuais, Matern deixou em aberto a expansão da iniciativa.
“A nossa disponibilidade para continuar este investimento claramente existe, mas, neste momento, não podemos prometer fundos adicionais”, sublinhou.
Um dos beneficiários do projecto, Carlos Moreno, partilhou o impacto positivo da formação na sua vida e na sua comunidade.
“É um projecto que ajudará não só a mim, mas a todos os jovens do nosso bairro (…), queremos um futuro melhor”, acrescentou.
Moreno incentivou outros jovens a aproveitarem a oportunidade e a continuarem a fazer formação para terem profissões e serem melhores cidadãos.