Movimento Di povo pa povo saiu às ruas

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,11 out 2025 19:37

Organização diz que cabo-verdianos não estão a exigir luxo, mas condições básicas de vida
Organização diz que cabo-verdianos não estão a exigir luxo, mas condições básicas de vida

São Vicente, Santo Antão, Santiago, Sal e Boa Vista, palcos da cidadania ativa

O movimento de “D´Pov pa Pov” reuniu centenas de pessoas, este sábado, na manifestação na Praça Dom Luís, no Mindelo. Ativistas mostraram o descontentamento perante o poder local e central e exigem mudanças.

O coordenador do movimento em São Vicente, Bento Lima, mostrou-se satisfeito com a adesão vista, apesar de a acção na ilha ter somente uma semana.

“É um movimento para incentivar uma cidadania mais activa, porque os governos e as câmaras trabalham para o povo e precisam ouvir o povo”, justificou Bento Lima, para quem os governantes devem cumprir o prometido ou então dar uma satisfação sobre o que está a ser feito.

O jovem disse que, no seu caso, sentiu necessidade de mostrar a sua “revolta” ainda mais depois da tempestade Erin, em São Vicente, em que foi anunciado “mundos e fundos”, mas, “ou isto não está a ser aplicado, ou então não estão a dar a conhecer o que está a ser feito”.

Referindo-se ainda ao caso específico da ilha, Bento Lima afirmou haver “um problema grave de urbanismo, sem planos de gestão e com pensamentos somente a curto prazo”.

Por outro lado, listou a nível nacional, problemas relacionados com os transportes, justiça, educação e saúde.

“Mas o que é que funciona bem em Cabo Verde? Sinceramente, pouca coisa”, considerou.

O coordenador em São Vicente, Bento Lima, assegurou que este é só o primeiro passo de um movimento que pretende fazer outras acções para ver as mudanças efectivadas.

“D´Pov pa Pov” surgiu nas redes sociais, por iniciativa do artista Alberto Koenig.

E precisamente o porta-voz do Movimento, Alberto Koenig, afirmou, na Praia, que os cabo-verdianos não estão a exigir luxo, mas condições básicas de vida, destacando falhas estruturais que afectam diariamente a população.

“Não estamos a pedir luxo, estamos a pedir o mínimo, para que, quando quisermos ir até à nossa casa, o possamos fazer em segurança; para que, ao darmos a mão no interruptor, a luz acenda; para que, ao abrirmos a torneira, a água saia; e para que, quando precisarmos visitar familiares noutras ilhas, possamos fazê-lo de barco ou avião… Isso não é exigir muito, não é?”, questionou.

Alberto Koenig fez estas declarações à imprensa durante a mobilização nacional, realizada em Santiago, Sal, Santo Antão, São Vicente, Boa Vista, sob o lema “Gossi ké hora”, tendo avançado que o principal objectivo desta iniciativa é a união do povo cabo-verdiano.

O porta-voz alertou para problemas estruturais que persistem em várias regiões do país, incluindo a desordem urbana em São Vicente, a falta de energia na Praia e a perigosidade da estrada Espargos-Santa Maria, que ceifa vidas todos os anos.

No seu entender, estas situações reflectem uma “falta” de planeamento e de atenção por parte dos governantes, ressaltando que a democracia em Cabo Verde não se esgota no voto.

“Se a democracia é o poder do povo, não estamos a sentir isso. Nosso poder actualmente é o voto de 4 em 4 anos, de 5 em 5 anos. Tem muitas coisas que poderiam estar melhor. Mesmo em termos de voto, poderíamos ter mais referendos, para o povo dar a sua opinião sobre decisões importantes”, exemplificou.

A mobilização “Gossi ké hora” vai continuar na próxima semana na diáspora e outras ilhas.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,11 out 2025 19:37

Editado porJorge Montezinho  em  11 out 2025 19:37

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