Desde o início deste ano que José Luís Neves deixou de ser o coordenador do Observatório de Emprego. Num texto escrito na sua página do facebook, o ex-responsável não adianta as razões da sua saída mas deixa alguns recados para o ministério que tutela o organismo.
Para solucionar o problema do desemprego, por exemplo, José Luís Neves defende que o Ministro do Emprego [Janira Hopffer Almada] “deverá ser um Ministro com peso político forte, com grande capacidade de diálogo e de articulação, de modo a poder exercer influência política forte junto dos seus pares do Governo, no intuito da promoção do emprego produtivo e decente, dado ao carácter transversal da questão do emprego”.
O antigo coordenador reforça ainda que o Ministro do Emprego deve ter “sensibilidade para a questão e deve perceber o mínimo do assunto”, acrescentando que é importante “capacidade de articulação, de diálogo e de influenciação”.
“Não é eximir-se de assumir as suas responsabilidades, dar a cara e chutar para o lado porque só tem sob a sua tutela e formação profissional e a competência de implementação de algumas medidas de políticas activas de emprego, socorrendo-se de argumentos tais como o carácter transversal da questão do emprego. O Ministro do Emprego não deve abdicar de sê-lo, fugindo das suas responsabilidades, e assumindo-se em vez de Ministro do Emprego como Ministro da Empregabilidade”, continua José Luís Neves.
O antigo coordenador assume mesmo que se o Ministro do Emprego não reúne essas condições e requisitos “então o Primeiro-Ministro deve chamar a si a prerrogativa do diálogo e da articulação política interministerial com o objectivo de colocar o emprego no centro de todas as políticas económicas e sociais”.