Orlando Dias falava aos jornalistas na sequência dos resultados da última Cimeira de Chefes de Estados e de Governo, realizada sábado, em Abuja, Nigéria, que deveria atribuir a presidência da comissão da CEDEAO a Cabo Verde, que deixou escapar o cargo para a Costa do Marfim.
“Penso que essas falhas devem nos servir de lição, para no futuro Cabo Verde trabalhar melhor essas questões”, afirma Orlando Dias, dizendo que ao estarmos na CEDEAO devemos participar em todas as reuniões técnicas, o que não tem acontecido.
“Quando há reuniões de Conselho de Ministros da CEDEAO, Cabo Verde deve ser representado pelo ministro que tutela a área, porque isso é significativo, a comunidade dá importância a isso”, explica.
O vice-presidente do Parlamento da CEDEAO acrescenta que quando há candidaturas para cargos na CEDEAO, a questão deve ser discutida e trabalhada antes da Cimeira dos Chefes de Estados.
“A Cimeira é a conclusão do processo, quando o processo chega à Cimeira de Chefes de Estado o processo deve estar todo trabalhado, nas reuniões técnicas e no Conselho de Ministros”, comenta.
Por outro lado, sublinha que as relações interpessoais na CEDEAO também contam e que os nossos dirigentes devem ter melhores relações com os seus homólogos.
“Um ministro que tutela em Cabo Verde a área de integração tem que estar em contacto permanente com os seus homólogos, tem que participar nas reuniões e tem que criar relações afectivas, isso conta muito na CEDEAO”.
Orlando Dias acredita que a partir da agora o Estado de Cabo Verde vai dar mais atenção à integração regional.
Em relação à afirmação do ministro de Negócios Estrangeiros e das Comunidades, Luís Filipe Tavares, de que e a CEDEAO é que perde com a não eleição de Cabo Verde, Orlando Dias considera que a CEDEAO não perde nada.
“Cabo Verde é um país que tem 500 mil habitantes, é um mercado pequeno e a CEDEAO tem 340 milhões habitantes”, recorda.
Para Orlando Dias, Cabo Verde tem possibilidades de assumir a vice-presidência da comissão da CEDEAO.