O primeiro-ministro mostra-se preocupado com o facto de Santo Antão estar a perder parte importante da sua população, que tem procurado outras ilhas do arquipélago ou o estrangeiro para viver.
“Vê-se, claramente, que a nível das escolas há cada vez menos matrículas. Isso significa que as famílias estão a sair. Este é um problema de Santo Antão e temos de trabalhar para que haja fixação da população e até o retorno e aumento”, defende Ulisses Correia e Silva, que este domingo concluiu uma visita de três dias à ilha.
O desencravamento e a integração das localidades constituem uma das vias para a fixação das populações, deu a entender o chefe do Governo que nas visitas a Santo Antão tem sido confrontado sempre com o “drama” da perda da população local.
Santo Antão continua de facto a perder “parte importante” da sua população, a avaliar pelos mais recentes dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que mostram que, entre 2012 e 2016, a ilha perdeu 2.630 habitantes, passando de 42.552 para 39.992 habitantes. Já entre 2000 e 2010, a ilha perdeu quase quatro mil pessoas, mas dados mais recentes do INE mostram que este processo se intensificou.
Segundo o presidente da Associação dos Municípios de Santo Antão, Orlando Delgado, essa situação resulta de “más politicas” de que a ilha tem sido alvo ao longo dos anos, que têm como consequência o aumento do desemprego e da pobreza. A manter-se essa tendência, “o futuro de Santo Antão pode estar comprometido”, avisa o autarca.
Os responsáveis municipais apontam, de entre outras medidas, a construção do aeroporto e a instalação do ensino superior em Santo Antão como formas de reter a população na sua ilha.