Jean Paul Dias, que se encontra em Cabo Verde à convite do ministro-Adjunto para Integração Regional, Júlio Cesar Herbert, e que falava aos jornalistas à saída de um encontro com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, disse que aquilo que aconteceu em Abuja, em Dezembro, “não é normal”.
“Quando Cabo Verde perdeu a presidência da CEDEAO várias pessoas manifestaram-se dizendo que foi uma grande derrota, que foi culpa de Governo entre outros aspectos, mas eu digo que foi um desaforo dos líderes da CEDEAO porque para eles Cabo Verde é um país pequeno”, disse.
Por isso, afirmou que o país tem de apresentar firmeza e mostrar que é um Estado igual a todos os outros.
“Daquilo que já falei com o senhor ministro percebi que é uma opção do Governo manter Cabo Verde na CEDEAO e concordo, mas o país tem de demonstrar que tem a capacidade de caminhar sozinho. Podemos ver aquilo que acontece com a Singapura, com as ilhas Maurícias, com as Seychelles e até no Ruanda. Penso que Cabo Verde não pode ter medo caminhar sozinho”, acrescentou.
Para já, considera que as autoridades cabo-verdianas devem discutir com a CEDEAO e apresentar as suas propostas, tendo em conta as especificidades de um país arquipelágico e as suas dificuldades, no sentido de conseguir uma discriminação positiva.
Jean Paul Dias considera que Cabo Verde tem bons quadros e que, trabalhando bem, o país pode recuperar o lugar da presidência da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), perdido para a Costa de Marfim durante a Cimeira de Dezembro do ano passado.
Apesar de considerar que ser presidente da Comissão é apenas um posto, defende que se passados quatro ou oito anos não for reconhecido esse direito, bem como a discriminação positiva que espera, Cabo Verde deve retirar-se.