PAICV Santiago Norte acusa Governo de perseguição

PorInforpress, Expresso das Ilhas,24 fev 2018 17:17

O presidente da Comissão Política Regional de Santiago Norte (CPRSN), António Fernandes, acusou hoje o Governo de “perseguição política” contra algumas pessoas do município de São Lourenço dos Órgãos.

António Fernandes fez essa afirmação hoje, numa conferência de imprensa para reagir ao que considera de “inoportuna e despropositada reacção” do executivo de Ulisses Correia e Silva, a propósito da recente manifestação dos trabalhadores da Câmara Municipal de São Lourenço dos Órgãos (CMSLO).

“O Governo não mostra qualquer sentimento de solidariedade com os trabalhadores afectados pelo corte de salário”, afirmou o dirigente do maior partido da oposição.

Fernandes estranha o comunicado do Governo transmitido pela televisão pública cabo-verdiana (TCV) no mesmo dia em que os trabalhadores visados da CMSLO se manifestavam na Praia, “envolvendo o relatório da IGF (Inspecção-Geral das Finanças).

Para o primeiro responsável da CPRSN, há uma “tentativa de linchamento de carácter de dirigentes do PAICV”.

“Neste triste episódio, que envolveu o comunicado do Governo, valeu o comunicado da Procuradoria da República, desmentindo o conteúdo da nota do Governo transmitida pela TCV”, enfatiza aquele responsável político, que se congratula com o facto de o Ministério Público (MP) ter preferido o “caminho da objectividade e da transparência”, seguindo os princípios da “legalidade, da imparcialidade e de igualdade de tratamento”.

António Fernandes recordou que o MP solicitou ao Governo todos os relatórios existentes relativamente a dívida acumulada dos outros municípios e o Governo não respondeu, à data da manifestação dos trabalhadores da CMSLO.

“A resposta do MP dá-nos alguma tranquilidade”, sublinhou o líder do PAICV em Santiago Norte, que se mostrou convencido que o Ministério Público não cairá na “conversa fiada e na estratégia persecutória do Governo e do MpD”.

Conforme notou, o “endividamento excessivo” é um problema que afecta todos os municípios cabo-verdianos e apontou como exemplo disso a Câmara Municipal da Praia, que, segundo ele, “recentemente foi gerida pelo actual primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

Quanto às declarações do edil laurentino, Carlos Vasconcelos, segundo as quais há trabalhadores que se dizem pertencer à câmara, quando, na verdade, são de outras instituições, António Fernandes esclarece que naquele município existem funcionários da edilidade que trabalham para o Ministério da Saúde, assim como para o da Educação”.

“Portanto, há esta envolvência em que o poder local (São Lourenço dos Órgãos) tem colaborado com outras instituições”, afirmou António Fernandes, para depois esclarecer que o Tribunal “não mandou reduzir os salários dos trabalhadores da CMSLO”.

“Foi uma decisão política do senhor presidente que pediu ao Tribunal uma providência cautelar”, indicou António Fernandes, recordando que Carlos Vasconcelos, ao profissionalizar todos os vereadores e recrutar novos funcionários, piorou ainda mais a situação financeira da câmara local.

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Autoria:Inforpress, Expresso das Ilhas,24 fev 2018 17:17

Editado porDulcina Mendes  em  24 fev 2018 17:17

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