A reacção do executivo surge na sequência de uma entrevista de José Gonçalves à RDP África, no primeiro fim-de-semana do mês de Março. Durante a entrevista, o governante foi questionado sobre o fim da CVFF, após o concurso internacional. Na altura, José Gonçalves foi categórico na resposta.
“Provavelmente, eu diria, uma resposta muito frontal, sim (…) Com as dividas acumuladas, não tem sustentabilidade para se configurar no figurino da concessão única”, disse Gonçalves aos microfones da rádio pública portuguesa.
Estas declarações, segundo o executivo, em comunicado enviado pelo Gabinete de Comunicação e Imagem, foram tiradas do contexto e estão a ser usadas incorrectamente pela comunicação social.
"O Governo compromete-se em dar todo o apoio necessário a Cabo Verde Fast Ferry para continuar a prestar o serviço de transportes marítimos inter-ilhas nas rotas servidas com segurança, regularidade e comodidade, até que sejam encontradas soluções iguais ou melhores e, com condições de maior sustentabilidade económica e financeira”, lê-se
Na nota, o executivo reconhece o “importante serviço” prestado pela Cabo Verde Faz Ferry na ligação das ilhas, sobretudo com a Brava, mas não desmente o "provável" fim da empresa, depois da concessão, tal como anunciado, de viva voz, pelo ministro José Gonçalves, em Portugal.
O Governo diz, isso sim, que tem disponibilizado sempre, todo o apoio referente a orientações e atribuições “de somas avultadas para a reparação para a reparação dos navios Praia d’Aguada, Krioula e agora Liberdadi, a fim de assegurar que a companhia continue a prestar um serviço operacional de transportes inter-ilhas”.
Finalmente, o executivo diz estar à procura de uma solução segura, de qualidade e com menos custos para o Estado para os transportes marítimos inter-ilhas. Neste sentido, optou por um modelo de concessão única de serviço público de transportes marítimos, reafirmando que o mercado continuará aberto para os armadores nacionais.