Olavo Correia falava no final dos trabalhos da III Cimeira Internacional dos Líderes Locais, que decorreu durante três dias, no Sal, cidade de Santa Maria.
“Precisamos de um poder mais perto das pessoas. Esse poder tem de ser um poder de proximidade (…). Não pode ser um poder central, como temo-lo hoje. Temos que avançar para aprofundar a descentralização e atingir a regionalização”, reiterou.
Considerando o actual contexto dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), Olavo Correia afirmou, por outro lado, que o discurso do poder local tem de ser diferente.
“Mais do que acessibilidades, pedonais e outras infra-estruturas, o importante é termos um poder local que consiga identificar os talentos que existem nos territórios. São os talentos que fazem a diferença. Os talentos no desporto, cultura, indústria, restauração, empresariais, de investigação (… )”, explicitou.
Para o governante, esses talentos precisam de suporte do poder local para poderem fazer crescer a região e o país, já que, conforme disse, “não é” o Estado quem vai fazer desenvolver as regiões.
“O Estado cria as condições, investe nas infra-estruturas estruturantes, como é evidente, cria contexto, mas são os actores locais que fazem a diferença. E nós temos que criar as condições para que esses actores locais tenham os instrumentos para colocar as suas capacidades ao serviço do território, da ilha e do país”, explicou.
Organizada pela Associação Nacional de Municípios Cabo-verdianos, o Governo de Cabo Verde e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a cimeira realizou-se no âmbito da implementação do Programa Plataformas para o desenvolvimento local e objectivos 2030 em Cabo Verde.
O Programa Plataformas para o Desenvolvimento local e objectivos 2030 é um programa do Governo de Cabo Verde, gerido pelo PNUD e financiado pelo Grão-ducado de Luxemburgo.