"Há um modelo, e da parte dos operadores há várias formas e vários formatos que se pode desenvolver para que haja essa parceria para resolução desse problema. Uma forma poderia ser, de facto, no momento do investimento o operador ter esse papel e conseguir, não directamente, mas comparticipar de alguma forma na ajuda da resolução desse problema", afirmou Carlos Jorge Santos.
O ministro falava na cidade da Praia, no balanço da participação de Cabo Verde na 40ª edição da Feira Internacional de Turismo (Fitur) e no Investour, dois eventos que decorreram em Madrid, Espanha.
Sal e Boavista são as ilhas mais turísticas do arquipélago cabo-verdiano, e segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), só a duas recebem cerca de 80% dos turistas que chegam ao país.
Por outro lado, as duas ilhas têm graves problemas de habitação, com bairros de barracas, sendo o mais conhecido o bairro de Boa Esperança, na Boavista, onde o Governo está a realizar um programa para erradicar as casas de lata e infraestruturar o local.
Para o ministro, o problema de habitação nessas ilhas tem a ver com o preço, pelo que para resolução desse problema entendeu que se deve envolver outras entidades.
"E então temos é que, juntamente, câmara municipal, os operadores hoteleiros, o Governo, através do ministério, e as entidades privadas conseguirmos encontrar esse modelo. E creio que nós conseguiremos encontrar esse modelo", perspectivou.
Cabo Verde possui um défice habitacional aproximado de 8,7%, em termos de agregados familiares, uma percentagem que equivale a 11.119 agregados familiares sem acesso a habitação.
Relativamente à sua participação nas feiras em Espanha, o ministro disse que serviu para realizar várias reuniões com empresas e grupos hoteleiros, muitos que já se encontram em Cabo Verde.
Carlos Jorge Santos, que era administrador para Cabo Verde do grupo hoteleiro português Oásis e presidente da Assembleia Municipal da ilha do Sal, assumiu a pasta do Turismo e Transportes há duas semanas, depois da saída, por razões pessoais, de José Gonçalves, que tutelava o Turismo e Transportes e também a Economia Marítima.
A pasta da Economia Marítima foi assumida por Paulo Veiga, que era secretário de Estado da mesma área, com ministério na ilha de São Vicente, a único fora da cidade da Praia.