Fidel Cardoso diz que o actual contexto agravou ainda mais a situação dos jovens e pede um novo contrato social para a juventude cabo-verdiana.
“Vivemos tempos extraordinários, o impacto nos jovens é sério e precisa de ser analisado atentamente. Infelizmente, o sector juvenil é um dos que mais tem sido afectado pela covid-19. Esta situação veio tornar mais complexa a realidade difícil em que já se encontrava a maioria dos jovens, antes da pandemia”, refere.
"A juventude cabo-verdiana precisa de um novo contrato social. No actual contrato social, os jovens são os mais penalizados pelo desemprego, subemprego, pelos empregos precários com baixos salários, pela falta de oportunidades económicas”, sublinha.
O líder da JAPI critica a política do executivo para a juventude e fala em retrocesso.
“É inquestionável que se regista um grande retrocesso em várias áreas de governação e as principais promessas estão por cumprir. É ainda mais evidente que o governo falhou redondamente na sua política de emprego, defraudou as expectativas dos jovens cabo-verdianos, no meio rural e nas cidades. Essa parte da nação nunca sentiu a felicidade prometida, nunca sentiu os ganhos do propalado crescimento económico robusto”, assegura.
Segundo Fidel Cardoso, a juventude deve ter um papel mais interventivo na definição de políticas para o sector e no desenvolvimento do país.
“A juventude cabo-verdiana precisa assumir que é um agente de transformação e de mudança, para isso, a juventude deve participar activamente na vida política do país, deve ser crítica, opinar com responsabilidade e questionar as medidas públicas e políticas no contexto nacional”, defende.
As Nações Unidas marcam esta quarta-feira, 12 de agosto, o Dia Internacional da Juventude, sob o tema “Engajamento dos Jovens pela Acção Global”.
Em Cabo Verde, o acto central comemorativo da efeméride acontece em Tarrafal de Santiago, cidade capital caboverdiana da juventude, este ano.