Samilo Moreira falava durante uma conferência de imprensa, em resposta à reacção de Francisco Carvalho às suas acusações de trancar a porta, para impedir um encontro que tinham agendado.
“Na segunda-feira vou apresentar uma queixa-crime contra o presidente da CMP, para que prove que eu faço corrupção na câmara. Se eu sou corrupto, estando na CMP há nove meses e ele não chamou o Tribunal, então ele é conivente com a corrupção”, contestou.
No que diz respeito à criação da UGA, Samilo Moreira apontou que seria preciso levar à Câmara para ser aprovada, depois ser levada à ARAP para ser certificada.
“O presidente falta com a verdade quando diz que a primeira medida que tomou foi criar a UGA. Se o presidente provar que esta foi a primeira medida que tomou, e que votamos contra, que existe UGA na CMP, não só renuncio ao mandato, como me desvinculo do PAICV porque o silêncio dos dirigentes do PAICV é cúmplice de Francisco Carvalho, quando já tínhamos alertado sobre o que se passa na CMP”, sustentou.
Relativamente à criação de uma caixa única, Samilo Moreira afirma que não sabe do que se trata e que nunca ouviu falar de Caixa 1 ou Caixa 2, uma vez que é vereador das Infraestruturas e Transportes e não das Finanças.
Quanto a controlar a frota e o tráfego da Câmara Municipal, o vereador diz que foi uma encenação “à moda do presidente”.
“Tudo o que ele fez até agora foi uma encenação. Em nove meses não fez o controlo da frota, os directores não têm direito a viaturas e quase todos têm uma viatura. De repente começa a controlar a frota e o primeiro carro que recebe GPS é o carro da vereadora Chissana, sem aviso prévio”, questionou.
Samilo Moreira mencionou ainda que a CMP está a funcionar ilegalmente, visto que existe uma orgânica aprovada em 2016, que enquanto não for revogada é a que funciona.
“O presidente tem contratado directores para gabinetes que não existem e estão em funcionamento. Ele cria gabinetes, inaugura e só leva à Câmara para ser aprovada. Ele não é mais transparente do que eu, nunca foi e nem será. Enquanto eu estiver na Praia terá de cumprir tudo que está na lei. Não darei margem para nada, se for preciso ir ao Tribunal iremos e tudo que a lei me permite exigir enquanto vereador, vou exigir", alertou.
De acordo com o vereador, a teoria de poupança “é mentira”, já que “há directores que recebem, 120, 150, 175, 215 e 237 contos mensais.
“Se fizermos uma estimativa apenas com esses seis é um gasto anual da Câmara de 13 mil contos apenas com salários”, apontou.
Por sua vez, Chissana Magalhães declarou que várias vezes alertou ao presidente que mudasse de atitude e que não garantia o seu voto favorável em tais circunstâncias e que naquilo que, assim como os outros vereadores, devessem participar, não poderiam ser excluídos “substituídos pelos directores amigos e limitarem-se a servir como máquinas de voto”.