Mudanças climáticas e mudança da lei de contencioso administrativo, o temas principais da campanha de hoje

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,14 out 2021 18:13

Mudanças climáticas, mudança da lei de contencioso administrativo, produção de fruteiras e turismo ecológico foram alguns dos temas do penúltimo dia da campanha eleitoral.

O candidato às eleições presidenciais Casimiro de Pina defendeu hoje uma maior produção de árvores fruteiras junto dos mosteirenses, alegando ser este o caminho para a dinamização agrícola e a criação de riquezas na ilha do Fogo.

No seu apelo ao voto, reiterou ainda que ‘Casimiro de Pina’ não é candidato de nenhuma fracção política, sustentando que os adversários apoiados pelos partidos políticos são “obcecados” pelo poder e que não possuem qualquer compromisso com os valores de Estado de direito e nem com a Constituição.

“São pessoas a esbanjar dinheiro cuja origem ninguém conhece, quando os cabo-verdianos estão com problemas financeiros devido à pandemia, pelo que o povo destas ilhas não tem nenhuma razão para votar nestas pessoas”, disse.

O candidato Fernando Delgado destacou a localidade do Tarrafal de Monte Trigo como detentora de “fortes potenciais” turísticos e prometeu influenciar a causa da Economia Verde e Azul em direcção à região.

“Tarrafal de Monte Trigo é uma zona com fortes potenciais turísticos, mas diferente do sol e praia de outras ilhas, e é ainda um foco da pesca desportiva, ou seja, uma localidade, por isso, conhecida nacional e internacionalmente”, ajuntou o candidato que, no entanto, lamenta o facto de não conseguir deslocar-se ao Monte Trigo, povoação vizinha do Tarrafal.

“Envio esta mensagem daqui do Tarrafal para Monte Trigo pedindo às pessoas para acolherem a minha mensagem, que se dirijam às urnas no próximo domingo para votarem Fernando Delgado, que reúne todas as condições para ser Presidente da República”, sintetizou o candidato.

Já Joaquim Jaime Monteiro chegou hoje à ilha do Fogo para passar a mensagem de “programar, planificar e unir Cabo Verde“, de modo a tirar o país da “deriva” que se encontra.

O auto-intitulado “candidato do povo” vai, assim, encerrar a sua campanha na “Ilha do Vulcão”, depois de fazer a maior parte das suas investidas na pretensão de chegar ao Palácio do Plateau nas ilhas de Santo Antão, sua terra natal, São Vicente e Santiago.

“Tenho uma dívida muito grande para com os foguenses. Em 2011, com todo o estrangulamento do sistema, quando desembarquei no Fogo os jovens estavam à minha espera a gritar ‘Joaquim abo k nu kre’ [Queremos Joaquim]“, justificou, o aspirante a Presidente da República.

José Maria Neves garantiu esta quarta-feira num comício em Ribeira Grande, Santo Antão, que se for eleito Presidente da República dará uma “atenção especial” às questões relacionadas com as mudanças climáticas e a transição energética.

“Vamos ter que prestar atenção na acidificação dos oceanos, aumento de temperatura, aquecimento global, o aumento de nível de águas dos oceanos, a poluição e todos os efeitos nefastos de mudanças climáticas”, disse.

Outra prioridade da sua agenda tem que ver com a transição energética. O candidato adiantou que, enquanto primeiro-ministro (2001 a 2016), construiu parques solares e eólicos e que já em 2016, quando deixou o Governo, o país já tinha uma taxa de penetração de 30%, sendo que a meta era atingir os 50% em 2020 e 100% em 2030.

Por seu turno, Carlos Veiga admitiu que a sociedade cabo-verdiana desconfia da justiça, porque muitas das vezes não tem estado a funcionar como a Constituição quer, mas o Presidente da República pode interferir para a sua melhoria.

Veiga manifestou esta inquietação num encontro alargado com a juventude sanvicentina realizado na noite de quarta-feira, numa das unidades hoteleiras do Mindelo, onde explicou que a Constituição traça um perfil para a justiça que seja independente, competente na aplicação da lei, efectiva e em nome do povo e que tenha confiabilidade da própria sociedade, mas que tem havido dificuldade na sua implementação.

Para Veiga é preciso encontrar novas soluções que passam, sobretudo, pela relação entre o cidadão e a administração, ressalvando que o artigo 245 da Constituição define os direitos dos particulares em relação a administração, que define um conjunto dos requisitos, pelo que condenou o “muro de silêncio aplicada na administração cabo-verdiana”, por ser “ inconstitucional”.

Enquanto isso, Hélio Sanches disse que Cabo Verde irá fazer “história” no próximo dia 17 de Outubro, ao eleger pela primeira vez um Presidente da República independente, eleito pelo povo.

“Estou contente pela forma como os cabo-verdianos estão a receber a minha candidatura, e pela primeira vez em Cabo Verde vamos fazer história. Por aquilo que estou a ver, serei eleito pelo povo sem o apoio de partidos políticos, o que me dá possibilidade de ser um Presidente com compromisso com o povo, em primeiro lugar”, mencionou.

“A minha candidatura é a mais bem organizada, enquanto os outros dois candidatos andam atrelados a partidos políticos e têm passado a mensagem de que esta eleição presidencial é a segunda fase das legislativas, o que não é verdade”, referiu, adiantando que a candidatura de Carlos Veiga e de José Maria Neves está a ter muita rejeição no terreno.

Gilson Alves regressou à São Vicente, mas leva nos ombros uma carga emocional “bastante pesada” de responsabilidade para fazer mais para a sua terra.

“Nunca fui homem de fugir às minhas responsabilidades e era isso que eu queria, fazer esse tal périplo pelas ilhas de Cabo Verde para poder conhecer a minha terra bem melhor”, afiançou, admitindo já sentir o “amor”, que todos os cabo-verdianos sentem pelo seu País, mas que “ficou mais forte”.

Alves apontou o exemplo de Chã das Caldeiras, Fogo, e Cidade Velha, em Santiago, que visitou pela primeira vez nos últimos dois dias e que lhe mostraram que um cabo-verdiano, para conhecer a sua terra, “tem de estar ali e ver com os próprios olhos”.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,14 out 2021 18:13

Editado porAndre Amaral  em  15 out 2021 8:39

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