Arlindo do Rosário respondia ao deputado do MpD, Orlando Dias que levantou a questão dos doentes que vão para o Senegal fazer tratamentos por conta própria.
“Temos muitos doentes em Cabo Verde que têm ido para Senegal e têm ido por iniciativa própria. Então, algo está a falhar no nosso Sistema Nacional de Saúde. Os doentes têm enfrentado inúmeros problemas em Dacar, alguns até voltam e esperam que sejam aqui atendidos. Essa questão deve ser vista e podemos até criar um protocolo ou uma parceria com o governo senegalês para que esses doentes sejam bem acolhidos no Senegal e tenham um bom acompanhamento à semelhança do acordo que temos com Portugal. Para que não fiquem desamparados”, disse Orlando Dias.
Em resposta, o ministro da Saúde reconheceu que é preciso criar um quadro para normalizar a questão da evacuação dos doentes para aquele país.
“Estive com o ministro da Saúde do Senegal, abordamos essas questões e outras e posso dizer que no próximo mês de Dezembro, o ministro virá a Cabo Verde para trabalharmos sobretudo no acordo de cooperação entre os dois países”, garantiu.
Um outro ponto abordado pelo deputado Orlando Dias tem a ver com o sistema de informação sanitária para que todos os dados de saúde pública sejam públicos.
“Como é que os doentes estão a ser atendidos nos serviços de saúde, o que se pretende fazer para que os cuidados sejam cada vez mais humanizados? Há algum programa de avaliação de atendimento aos doentes? Já sugeri, neste parlamento, várias vezes a criação de um programa de acompanhamento e avaliação em saúde. Também com função de fiscalização pedagógica”, questionou o deputado do MpD.
Neste ponto, Arlindo do Rosário explicou que a humanização dos serviços não se faz por decreto e sim pela formação. Aliás, apontou que tem a ver com diversos factores como a sobrecarga dos funcionários e que por esta razão, o governo está a alargar o rácio dos profissionais da saúde.
“Não é verdade que há um problema de falta de humanização de cuidados de saúde em Cabo Verde. Estamos a criar uma narrativa que não é verdade, estamos a confundir a árvore com a floresta. A maioria dos profissionais de saúde sabem tratar os seus pacientes e vão ao encalce da melhor saúde dos seus pacientes. Portanto, querer aqui transformar essa questão de humanização como um problema geral da saúde da Cabo verde penso que não é por aí que iremos chegar. Mas, é preciso trabalhar com certeza na segurança do paciente e isso temos vindo a fazer”, disse.