As posições dos partidos foram hoje manifestadas durante a primeira plenária do mês de Julho.
Segundo o deputado, Julião Varela, do PAICV depressão é o termo que se ajusta bem à situação que se vive em Cabo Verde no domínio dos transportes, seja marítimo, seja aéreo. Como exemplo, apontou a concessão do serviço público de transportes marítimos interilhas, por ajuste directo e a marginalização dos armadores cabo-verdianos.
“Os cinco barcos novos que a concessionária deveria apresentar nos termos do contrato de concessão nunca chegaram. Os barcos, actualmente, afectados às operações passam de avaria em avaria e os serviços prestados tem estado a provocar enormes prejuízos para os passageiros e operadores económicos”, apontou.
Quanto ao transporte aéreo, Julião Varela afirmou que “é lamentável a forma simplista e irresponsável”, como a TACV vem encarando essa proibição de voos em solo europeu, o que certamente irá obrigar o governo a injectar mais dinheiro e mais avales.
“O amadorismo e a mediocridade parecem ter tomado conta das questões sérias da governação do país e instalado definitivamente nos TACV que nem sequer cumpre a obrigação de informar ao país e aos operadores as razões desse inédito acontecimento. Os cabo-verdianos sabem que no domínio da certificação, a TACV e a aviação civil cabo-verdiana têm um histórico de competência e boas práticas”, sublinhou.
Ainda na sua declaração política, Julião Varela questionou ao Primeiro-ministro como a situação da Icelandair foi resolvida, se o país recebeu tudo que devia, como é que ficam os avales e garantias dadas, as dívidas com ASA e INPS.
Na mesma linha, o deputado da UCID, António Monteiro, disse que o governo precisa resolver de forma célere e abnegada os problemas dos transportes marítimos interilhas. Quanto aos transportes aéreos, sobretudo para o exterior, frisou que os TACV não está nada bem, porque além das questões técnicas que vão acontecendo, não há informações confiáveis.
“Porque os TACV deveriam ter dito logo de início o que é que aconteceu e não refugiar-se em expressões técnicas para não falar a verdade à população. E isto é de uma gravidade extrema. Ontem, ouvimos por parte de um deputado do MpD que a não certificação deveu-se a falta de capacidade financeira da companhia, mas não foi esta a versão apresentada pela TACV a través do seu conselho de administração. Isto retira credibilidade à própria gestão da companhia e retira a confiança aos gestores da companhia. A situação é grave, exige que o governo tome uma posição”, declarou.
Por seu turno, o deputado do MpD, Emanuel Barbosa, refutou a declaração do PAICV, apontando que o partido está sempre “a espreita” de qualquer situação para fazer declaração política ao invés de ajudar a resolver os problemas da nação.
“Inclusive problemas que foram criados e deixados por eles”, respondeu.
Quanto à acusação do PAICV de gestão de mediocridade, Emanuel Barbosa lembrou ao PAICV que foi durante a sua governação que um avião foi arrestado em Holanda , com todos os passageiros dentro.
“Está aqui preocupado com a negociação que foi conseguida. Quando o avião, na sequência do processo judicial ficou preso na ilha do Sal, o PAICV achou que estávamos criando um grande problema. Negociamos e resolvemos, o PAICV acha que estamos criando um grande problema. O PAICV tem sempre uma visão negativa, não tem uma visão para este país e tudo o que é nossa visão tenta deitar abaixo”, argumentou.