“Quando as reformas tardam e os pilares do sistema apodrecem, as tentativas de mudanças acabam por criar fissuras que destroem os edifícios e as obras humanas. Sem dúvidas, falece agora um dos últimos políticos do Século XX. Que honremos a memória deste grande vulto da história da humanidade”, escreveu José Maria Neves, na sua página do Facebook.
O último líder da União Soviética e secretário-geral do Partido Comunista Soviético entre 1985 e 1991, Mikhail Gorbachev, morreu esta terça-feira aos 91 anos, após “doença grave e longa”, conforme avançou a agência TASS.
O primeiro e último Presidente da URSS levou a cabo várias reformas políticas e económicas, que culminaram na queda do Muro de Berlim e na dissolução da União Soviética. Durante a Guerra Fria, Mikhail Gorbachev negociou com os Estados Unidos a redução do armamento nucleares e o desanuviamento da tensão que marcara as últimas décadas, além de ter retirado as tropas soviéticas do Afeganistão.
Contrariamente aos últimos líderes da URSS, Mikhail Gorbachev não invadiu os países que estavam sob a órbita soviética, como a Hungria, a Checoeslováquia e a Alemanha Oriental, no momento em que irromperam protestos que almejavam o fim dos regimes do estilo soviético.
Em 1990, Mikhail Gorbachev venceu o Prémio Nobel da Paz.
Depois da dissolução da União Soviética no final de 1991, Mikhail Gorbachev renunciou ao cargo de Presidente, mas nunca se afastou da vida política.