“O Governo pretende que o Orçamento do Estado para 2023 seja um instrumento que dará continuidade às medidas de recuperação económica do país, priorizará o desenvolvimento social e o rendimento das famílias, promoverá a confiança e a resiliência da economia e dos cabo-verdianos, incentivará e estimulará as reformas e a inovação”, defendeu Olavo Correia, que é também ministro das Finanças.
Olavo Correia recebeu na terça-feira os representantes dos partidos políticos com assento parlamentar, no quadro das auscultações da proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano, documento que, garantiu, também “promoverá o crescimento sustentável e inclusivo e prosseguirá com a consolidação gradual das finanças públicas”.
O governante afirmou que o contexto que o país vive, “enfrentamento de três crises [seca prolongada, impacto económica da covid-19 e crise inflacionista actual] de forma consecutiva, com impactos enormes na economia, é muito complexo e exigente”.
“Ao nível externo regista-se uma forte retracção da economia mundial, com tendência para uma recessão económica, aumento da inflação, e aumento das taxas de juros nos mercados internacionais. Neste sentido, é preciso que, num quadro de consenso, possamos encontrar as melhores soluções para Cabo Verde”, apelou, ao dirigir-se, na mesma mensagem, aos partidos políticos.
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - sector que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde Março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística.
Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo baixou a previsão de crescimento de 6% para 4%.