“É uma operação militar que está a acontecer para salvar os cidadãos russos na Ucrânia, porque depois do golpe de estado na Ucrânia, em 2014, o governo neonazi da Ucrânia começou a humilhar e ameaçar os cidadãos russos que vivem na Ucrânia. O nosso objectivo é defendê-los”, assegura.
Questionado sobre o estado das relações entre Cabo Verde e Rússia, depois de, na semana passada, o Governo ter aprovado a resolução da ONU que pedia o fim do conflito, Yuri Materiy vincou a intenção “de reforçar” a cooperação bilateral.
"Cabo Verde apoiou a resolução da ONU, mas esperamos desenvolver as relações bilaterais em todos os campos possíveis. Penso que o povo vai perceber as razões que levaram o Governo da Rússia a iniciar esta operação militar especial, porque havia o risco de destruição, de eliminação do povo russo no leste da Ucrânia, e o governo ucraniano estava a tentar banir a cultura e a língua russa. Também muitos países estavam a introduzir armas na Ucrânia para destruir a federação russa”, afirma.
Cabo Verde volta a ter um embaixador russo depois do governo ter rejeitado, em 2021, o nome de Natalia Poklonskaïa, ex-procuradora geral da Crimeia, sob sanções da Ucrânia, União Europeia, Estados Unidos da América, Canadá e Japão, devido à intervenção no processo de anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.
Sobre as prioridades da carta de missão, o diplomata aponta o sector da educação. A “intensificação” da cooperação, sobretudo, nas áreas de economia, comércio, pescas, turismo, energias e abastecimento de cereais também é outra meta.
A invasão da Ucrânia pela Rússia completou um ano no passado dia 24 de Fevereiro. De acordo com a ACNUR, a agência de refugiados da ONU, a guerra desencadeou a segunda maior crise de deslocados do mundo. Na Europa, 6,3 milhões de refugiados ucranianos encontraram abrigo até agora. Outros 6,6 milhões de pessoas estão em fuga dentro do próprio país.