Ulisses Correia e Silva falava no parlamento durante o debate sobre “Estratégia de aceleração da transição energética”.
No seu discurso, o Chefe do Governo afirmou que muita produção e muito trabalho já foi feito no sentido da transição energética, que, conforme frisou, exige um quadro institucional, legal e regulamentar adequado, estratégia de médio e longo prazo para garantir segurança, continuidade e sustentabilidade de serviços a preços e tarifas competitivos. Razão que justificou o facto de o Governo dotar o país de um plano director do sector energético 2018-2040 e um programa nacional de sustentabilidade energética, orientadoras das decisões de políticas públicas no sector energético.
“A transição energética exige avultados investimentos quer na produção, quer no armazenamento da energia, quer na eficiência energética. Estimamos 520 milhões de euros até 2030, sendo 65% do investimento privado e em regime de parceria Público-privada. Investimentos estão programados com processos de concursos e de financiamento em curso. A taxa de penetração das energias renováveis na produção de electricidade tem oscilado entre os 18 e os 20%. Temos como metas atingir 30% de produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis até 2025; ultrapassar 50% até 2030 e atingir quase 100% em 2040”, apontou.
Essas metas, segundo proferiu, serão atingidas com o aumento da capacidade de produção e de armazenamento de energias renováveis e com aumento da eficiência energética.
Ulisses Correia Silva referiu que estão já contratados, através de concurso competitivos internacionais, parques solares com baterias de armazenamento para a Boa Vista, São Vicente e Sal, numa capacidade total de 15 megawatts.
Em fase de conclusão estão o parque para Praia de 10 MB Watts e parques solares de menores dimensões serão instalados em Santo Antão, Fogo, Maio, São Nicolau e Brava.
“A Cabeólica aumentará a capacidade de produção de energia eólica na Praia de 11 MW para 24 MW. Um Memorando de Entendimento foi assinado com o Governo nesse sentido, em Setembro de 2022. A capacidade de microprodução de energia solar que era de 2 MW em 2016, aumentou para 9 MW, aproximando-se da meta definida para 2030, que é de 12 MW”, afirmou.
O governante mencionou que o primeiro MW de baterias de lítio foi instalado e está em funcionamento no Sal e que a central de bombagem hídrica de Santiago (Pumped Storage), um investimento de 70 milhões de euros, irá aumentar significativamente a capacidade de armazenagem de energia e provocar uma redução de 22% no consumo de combustível usado para a produção de electricidade.
Também serão investidos 7 milhões de euros na redução das perdas técnicas e comerciais de electricidade, com particular incidência na Praia.
(Crédito da Fotografia: EcoLife - Wind Turbines)