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Olavo Correia discursava perante mais de 300 participantes de diferentes países africanos presentes no African Caucus 2023, nomeadamente, ministros das Finanças e governadores dos Bancos Centrais de todos os países africanos, entre outros.
“Nós é que temos que transformar o continente com visão, acção e determinação. É tempo de acção”, enfatizou o governante, apelando ao mesmo tempo a acção para, conforme disse, reformar o continente, abrir o caminho para o desenvolvimento e para a criação de oportunidades para jovens e mulheres africanos, e africanos no seu todo.
Considerando a African Caucus 2023 um “grande evento”, em que este ano Cabo Verde é o País anfitrião, para discutir temas de “grande relevância” para o continente e para o Mundo, Olavo Correia reiterou que desenvolver África é uma responsabilidade primeira dos africanos, devendo assumir esse compromisso.
“Nós, africanos, temos de assumir este compromisso e esta responsabilidade com a geração presente e com a geração futura do nosso continente. Nós é que temos de liderar o nosso continente, do conhecido que queremos transformar para o desconhecido que é uma África desenvolvida, próspera e ambiciosa”, advogou.
Olavo Correia compreende, entretanto, que para o efeito, é preciso mobilizar os recursos endógenos africanos, isto é, o solo, o vento, o mar, o território, o continente, homens e mulheres, academias e muito mais, mas também os recursos naturais e financeiros.
“Temos de fechar as portas todas para a saída de financiamentos e recursos de forma ilícita, temos de combater a informalidade, a fuga, a fraude e invasão fiscais, temos de combater o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo (…), temos de colocar esses recursos todos ao serviço do desenvolvimento do nosso continente”, assinalou, defendendo uma posição comum africana, nesse sentido.
“É preciso uma voz comum, uma voz forte, servidora e comprometida com os interesses do continente africano. E temos uma oportunidade extraordinária, a partir da ilha do Sal, de continuarmos a construção desta voz que precisamos para colocarmos África no lugar que ela merece”, concretizou.
Para isso, o governante, que é também titular da pasta das Finanças, defende, por exemplo, um Banco Mundial maior e alinhado com os compromissos do futuro.
“Precisamos de um banco melhor, focado na eliminação da pobreza extrema, na eliminação da pobreza, um banco mais rápido, mais servidor, menos entrosado com as burocracias, nomeadamente em relação aos critérios de salvaguarda (…). Por isso, precisamos de um banco melhor e alinhado com os compromissos do futuro”, salientou.
Defendeu também “uma voz comum” em relação às alterações climáticas, fundos climáticos, conversão de dívida em activos financeiros para o desenvolvimento do continente, às vulnerabilidades dos pequenos estados insulares, à diversificação do continente africanos, entre muitos outros aspectos.
Com isso, Olavo Correia concluiu desejando um bom evento, uma discussão franca, para que possam sair “mais fortes” para a próxima Assembleia do Fundo Monetário Internacional, em Marraquexe, o COP 28, mas também para a Conferência das Nações Unidas que vai ter lugar ainda este ano.
O fórum African Caucus tem como propósito organizar e articular estratégias e acções de interesse comum para a África, decorrerá até sábado, 08, sob o lema “Novas modalidades e mecanismos para financiar o desenvolvimento económico em África”.
O evento acontece, conforme nota explicativa, num momento em que a crise financeira global está a exercer uma “pressão significativa” no espaço fiscal dos países africanos, ameaçando “comprometer e reverter décadas de progresso conquistado”.
