Esta acusação foi proferida pela deputada nacional eleita pelo círculo eleitoral de Santiago Sul, Paula Moeda, à frente do Hospital Universitário Agostinho Neto, no Plateau, no balanço da visita dos parlamentares do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) ao referido círculo.
Ainda de acordo com esta declaração, o Hospital Universitário Dr. Agostinho Neto depara-se com uma situação extremamente delicada como a falta de água nas enfermarias, carência de materiais de diagnósticos, como líquido de contrastes para aparelhos de Tomografia Axial Computadorizada (TAC), pelo que considerou que o povo está duplamente fustigado pela dor e falta de medicamentos.
“É triste e lamentável. Temos profissionais de saúde que devem ser motivados e sensibilizados, porque é uma dura profissão, extremamente delicada, a de salvar vidas, mas temos pessoas, como profissionais, com salários em atrasos, contratações suspensas e sem condições dignas de trabalho, velas dos enfermeiros em atrasos”, realçou.
“Adiamento de intervenções cirúrgicas por falta de materiais ortopédicos, como parafusos e placas, provocando lotação de doentes nas enfermarias”, foram apontados por Moeda como outras das precariedades registadas, o que, a seu ver, faz com que os familiares assumam a responsabilidade de deslocarem os familiares para tratamentos no estrangeiro.
A deputada exigiu do Governo a reversão “da situação de um autêntico caos no sector da saúde”, para que o Hospital devolva a dignidade aos utentes, visando dignificar os cabo-verdianos, a própria saúde e as intuições já que “é preciso salvar vidas neste país”.
Paula Moeda disse, ainda, que das visitas efectuadas ao círculo eleitoral de Santiago Sula, o PAICV constatou que o país está a piorar a cada dia, agravada com “situações muito graves”, a nível de abastecimento de água generalizada e cortes de energia eléctrica permanente na Cidade da Praia em pleno Verão, com repercussão na degradação dos produtos.
Neste rol, elencou ainda “a problemática de estradas, muitas vezes nacionais como questão estrutural”, que, segundo alertou, tornam-se impraticáveis durante as chuvas e chamou a atenção do Governo no sentido de procurar soluções junto dos seus parceiros, para a resolução da problemática, também da educação, neste arranque do ano escolar.
“O Governo tem o dever de responder às preocupações e a oposição, assim como toda a população de Cabo Verde tem o direito de mostrar-se indignada e exigir do Governo uma explicação do país e agir com responsabilidades públicas e políticas”, realçou, ao mesmo tempo que incentivou o povo e a sociedade civil activa a sair do medo e denunciar os males.