Eurídice Monteiro fez estas declarações à imprensa após o encontro com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, para a apresentação da primeira investigadora cabo-verdiana, Sónia Semedo, que foi seleccionada para participar no programa US Fullbright Visiting Scholar, nos Estados Unidos de América.
Questionada sobre os projectos governamentais visando a promoção da ciência, indicou que neste momento foram desenhadas políticas públicas adequadas para o fomento da investigação, reconhecendo que esta é uma dimensão muito importante e que o país tem a necessidade de, cada vez mais, de ter apostas no conhecimento especializado.
“Nós estamos a verificar que existem recursos, existem parceiros estratégicos que, sobretudo, vêem para Cabo verde também com uma dimensão de oportunidade de realização de outras investigações, investigações mais aprimoradas em áreas concretas, então o problema do financiamento global, a ciência é uma questão que nós precisamos trabalhar no sentido de também aceder a esse financiamento global que existe na ciência em diferentes áreas”, declarou.
Defendeu, neste sentido, a necessidade de se fazer um trabalho mais estruturado e de longa duração, apontando que a ciência exige um investimento de longa duração e que é preciso que as acções que foram iniciadas sejam contínuas.
“Os resultados não serão vistos agora, amanhã e nem depois de amanhã. São resultados de longa duração, mas o necessário investimento, a necessária adopção de políticas adequadas tem de ser hoje, porque não podemos esperar mais. Se um conjunto de coisas que hoje estamos a pensar, que hoje estamos a elaborar, fossem implementadas há uns 20 anos atrás, hoje estaríamos a dar outros passos”, salientou.
Eurídice Monteiro salientou ainda que o Governo está a priorizar o contacto com instituições de ensino superior de elevada referência internacional e, sobretudo, com instituições também que trabalham em língua inglesa, indicando a necessidade de cada vez mais haver uma imersão na língua inglesa.
“É importante que investigadores nossos tenham essa oportunidade de trabalhar em centros de investigação em laboratórios em países de língua inglesa e interagir quotidianamente com investidores de língua inglesa é importante essa transição para o reforço das competências linguísticas ter investigadores em redes competitivas e científicas de produção de conhecimento”, realçou, considerando que a ciência salva vidas.