O programa, divulgado pela Presidência cabo-verdiana, arranca às 17:00 com uma visita à Feira do Livro, na Praia, na qual Marcelo Rebelo de Sousa será recebido pelo seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves.
Logo a seguir, os dois chefes de Estado visitam a exposição "50 Anos de Abril - Antes e Depois", no Arquivo Histórico Nacional de Cabo Verde.
Marcelo Rebelo de Sousa termina o dia com uma recepção à comunidade portuguesa.
O dia 01 de Maio será passado por inteiro no antigo campo do Tarrafal, hoje Museu da Resistência, palco central das comemorações, em que participam ainda o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, e um representante do Presidente de Angola, completando assim o leque de quatro países de origem dos presos políticos.
O programa inclui o descerramento de uma placa comemorativa, uma sessão especial com os chefes de Estado e uma conferência sobre o campo do Tarrafal pelo historiador Victor Barros.
À tarde, os presidentes realizam uma visita guiada ao campo e as comemorações do dia terminam com um concerto com Mário Lúcio (Cabo Verde), Teresa Salgueiro (Portugal), Paulo Flores (Angola) e Karyna Gomes (Guiné Bissau), com entrada livre.
O programa do Presidente português para quinta-feira, em Cabo Verde, está ainda em finalização.
Um total de 36 pessoas foram mortas pela ditadura colonial portuguesa no campo de concentração do Tarrafal.
A maioria, 32 mortos, eram portugueses que contestavam o regime fascista, presos na primeira fase do campo, entre 1936 e 1956.
O campo reabriu em 1962 com o nome de Campo de Trabalho de Chão Bom, destinado a encarcerar anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde – altura em que morreram dois angolanos e dois guineenses.
Ao todo, mais de 500 pessoas estiveram presas no "campo da morte lenta".
Marcelo Rebelo de Sousa chega a Cabo Verde nove dias depois de Luís Montenegro, primeiro-ministro português, ter escolhido o país para a sua primeira visita oficial fora da Europa, uma viagem em que destacou projectos conjuntos de formação de mão-de-obra do arquipélago, parte da qual tem encontrado trabalho em Portugal.
Foram também prometidas melhorias, nos próximos dois meses, no agendamento de vistos de entrada em Portugal.
Portugal vai acolher a próxima cimeira bilateral com Cabo Verde a 19 de Novembro, a par da qual deverá ser realizado um fórum de negócios para estabelecer pontes entre empresários dos dois países.
Ao nível das trocas comerciais, Portugal é a principal origem das importações do arquipélago e está entre os principais destinatários das exportações.
Os dois países querem também dar continuidade, após 2025, ao programa de troca de dívida cabo-verdiana por investimento climático, que têm apresentado como exemplo para o mundo.
A primeira fase de 12 milhões de euros está a ser implementada, vai ser avaliada e o Governo cabo-verdiano espera poder ir convertendo os 140 milhões de euros de dívida a Portugal, à medida que esta for vencendo.
Cabo Verde é apontado como "exemplo de estabilidade política e democrática em África", sendo um dos países com que Portugal "tem um relacionamento bilateral mais estreito e abrangente", apontou Montenegro, dias antes da chegada de Marcelo Rebelo de Sousa à cidade da Praia.