A deputada do PAICV, Rosa Rocha enfatizou a importância de avaliar o desempenho das políticas públicas e criticou o actual governo “por ignorar” recomendações técnicas nos estudos que herdou em 2016.
A deputada também apontou para problemas na funcionalidade do porto do Maio, que surgiram logo no dia da inauguração e agravaram-se recentemente devido ao assoreamento da baía.
"É particularmente grave o facto do seu Governo ter sido, por várias vezes, alertado pela oposição, mas com a postura arrogante de sempre, ter ignorado," disse Rocha que considerou as justificativas do problema pelo governo como "descabidas".
Nesse sentido, citou o caso do ministro do Mar, que alegou que questões ambientais não foram devidamente consideradas.
"No caso do porto do Maio, Sr. Ministro Abrãao Vicente, o vosso desaire custa ao país, 20 milhões de euros, ou seja, dois milhões e duzentos mil contos, com recurso a crédito, literalmente deitados ao mar," acusou.
Rosa Rocha pediu explicações à ministra das Infraestruturas sobre vários compromissos que alega que não cumpridos pelo governo, incluindo projectos como o Hospital Nacional de Cabo Verde e a construção do Aeroporto Internacional de Santo Antão.
"Esperamos que, a senhora ministra esclareça, de forma clara e objectiva, para quando este Governo responderá aos compromissos ostensivamente assumidos, pois o tempo escasseia e só terá 2 anos para os concretizar," finalizou.
De referir que na semana passada, devido à areia que o mar revolto arrastou para a zona do cais, foram suspensas o transporte de mercadorias naquela ilha, tornando o custo de vida mais caro.
Em reacção a esta declaração, o deputado do MpD, José Eduardo Moreno argumentou que o governo, sobretudo o MIOTH tem muitas obras e aspectos positivos que podem ser apresentados ao invés de apresentar apenas obras de aspectos negativos como fez o PAICV.
"Ao iniciarmos a nossa intervenção, é importante ressaltar que todas iniciativas do ministério são fundamentadas em princípios que consideramos essenciais: a legalidade, a transparência, a boa gestão, a resiliência e a eficiência".
"São princípios que não se verificavam no passado, como, por exemplo, as adjudicações diretas de obras de grande porte, casos do aeroporto da Boavista, o anel rodoviário do Fogo e a circular da Praia, orçamentada em cerca de 3 milhões de contos", exemplificou.
Já a UCID criticou o governo pelas condições precárias de infraestrutura em São Vicente e pela construção de infraestruturas que não atendem às necessidades e expectativas da população. "Justificar as tomadas de decisão por parte do Governo que faz com que uma infraestrutura recentemente construída não esteja à altura dos desejos e dos desafios do povo do meio," criticou António Monteiro, sugerindo que a má gestão e a falta de planeamento adequado são responsáveis pelas falhas nas obras públicas.