A apresentação do voto de pesar foi feita pelo deputado da bancada parlamentar do PAICV, Luís Pires, que considerou que o malogrado foi um homem de “visão progressista” e “inovador” e que se entregava de uma forma abnegada às causas sociais e culturais do país.
“Pessoa de fino trato, Lívio Lopes aprendeu muito bem a fazer a chamada política desenvolvimentista pura, conseguindo se abstrair das diatribes pessoais, mesmo nos momentos mais tensos e críticos da sua vida publica”, declarou, destacando o contributo do ex-deputado na promoção do municipalismo, cultura, reforma do parlamento e desenvolvimento do país.
Por seu turno, o deputado do grupo parlamentar do MpD, Filipe Santos, afirmou que o seu partido lamenta a morte do ex-deputado que, lembrou, foi um homem engajado pelas causas da ilha do Fogo.
Já o deputado e presidente da UCID, João Santos Luís, lamentou a morte de Lívio Lopes, referindo que o seu partido foi apanhado de surpresa com a triste notícia e endereçou as sentidas condolências à família enlutada.
O Governo, através da ministra dos Assuntos Parlamentares, Janine Lélis, apresentou as condolências à família enlutada e ao PAICV, partido no qual Lívio Lopes esteve integrado como militante.
“Queremos valorizar a sua contribuição na vida política, seja na qualidade de deputado nacional, seja na qualidade de ex-membro do Governo e dizer que ele serviu o seu país nestas perspectivas políticas, dando a sua contribuição no processo de desenvolvimento. Nos lembramos dele com saudade, sempre foi uma pessoa gentil que pautou pela serenidade e calma”, afirmou.
Lívio Fernandes Lopes, formado em Direito pela Faculdade de Direito de Macau, era quadro do Ministério dos Negócios Estrangeiros e, no final da década de 80, juntamente com outros estudantes de Patim e arredores, fundou, na Cidade da Praia, a associação Amigos de um Berço Comum, ABC de Patim, que até hoje desenvolve as suas equipas em vários sectores.
Dirigente do PAICV, Lívio Fernandes Lopes, antes de ter sido eleito deputado da Nação, foi director do Gabinete de Desenvolvimento Regional ligado ao projecto da cooperação alemã.
Enquanto deputado presidiu à Comissão Especializada dos Assuntos Jurídicos e Constitucionais da Assembleia Nacional e é autor do livro sobre a reforma do parlamento intitulado “Parlamento cabo-verdiano – Os fundamentos de uma Reforma”, editado em 2014.
Foi ministro da Administração Interna no Governo de José Maria Neves e presidiu ao Conselho da Administração da Agência de Regulação Económica (ARE).
Além da vertente política, Lívio Fernandes Lopes foi um homem da cultura e de letras com várias composições gravadas por intérpretes foguenses como Augusto Mendes Pires “Talulu” e muitos escritos sobre as manifestações culturais da ilha e tinha anunciado a publicação de um livro de literatura relacionada com a ilha, mas que a morte acabou por adiar.