66% das espécies de tubarões de Cabo Verde estão em risco iminente de extinção

PorSheilla Ribeiro,5 fev 2025 14:39

Um estudo desenvolvido por investigadores cabo-verdianos e portugueses âmbito do projeto de investigação NGANDU revelou que Cabo Verde é o arquipélago da Macaronésia mais ameaçado em termos de conservação de tubarões, com 66% das suas espécies em perigo iminente de extinção. A pesquisa, publicada esta semana, identificou a pesca, as alterações climáticas e a degradação do habitat como as principais ameaças a estas populações marinhas.

O estudo foi publicado no  Frontiers in Marine Science analisou a ocorrência de tubarões na Macaronésia e concluiu que, entre os quatro arquipélagos estudados, as Canárias apresentam a maior riqueza específica, com 56 espécies registadas, seguidas de Cabo Verde (53 espécies), Madeira (52 espécies) e Açores (45 espécies).

Apesar desta elevada diversidade, os cientistas alertam que a governança oceânica em Cabo Verde oferece pouca protecção a estas espécies. O estudo indica que menos de 1% da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do país está coberta por áreas marinhas protegidas, deixando de fora zonas críticas para a conservação de tubarões.

“Este estudo fornece dados valiosos e reforça a necessidade urgente de mais estudos e uma maior proteção de tubarões nas águas de Cabo Verde”, afirma Jaquelino Varela, primeiro autor do estudo e biólogo cabo-verdiano, actualmente doutorando do MARE-FCUL.

Em cada arquipelágo, segundo os investigadores há 10 espécies prioritárias para conservação  e as seis principais são tubarões pelágicos, o que reforça a necessidade de criar um corredor migratório protegido na região.

Outra descoberta foi a ausência de espécies ovíparas em Cabo Verde, ao contrário dos outros arquipélagos da Macaronésia, onde se encontram seis dessas espécies.

O estudo foi conduzido por investigadores cabo-verdianos e portugueses, ligados a instituições como a Universidade de Lisboa, MARE/ARNET, Associação Sphyrna, Inspeção Geral das Pescas, Associação Biosfera, Universidade Técnica do Atlântico e Universidade do Porto, no âmbito do projeto NGANDU, liderado pelo investigador Rui Rosa. O projecto recebeu financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,5 fev 2025 14:39

Editado porAndre Amaral  em  5 fev 2025 16:28

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