Há cada vez mais procura de jovens descendentes pela nacionalidade cabo-verdiana - PM

PorSheilla Ribeiro,15 out 2025 15:05

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, afirmou hoje que tem havido cada vez mais procura de jovens descendentes de cabo-verdianos pela nacionalidade cabo-verdiana, considerando esse fenómeno um sinal muito positivo, que traduz numa percepção externa de estabilidade e confiança.

O chefe do Governo fez esta declaração na abertura do Congresso Internacional de Quadros Cabo-Verdianos, um evento que decorre de 15 a 18 deste mês e que reúne profissionais cabo-verdianos e descendentes residentes em vários países.

“Há uma procura de jovens descendentes de cabo-verdianos pela nacionalidade cabo-verdiana. Este é um sinal muito positivo, muito positivo. Só procura quem avalia positivamente a notoriedade do país”, disse.

Segundo Ulisses Correia e Silva, esse movimento traduz uma perceção externa de estabilidade e confiança.

“Se fosse um país instável, se fosse um país com problemas gravíssimos, não haveria essa procura. As pessoas ligam também as suas ligações ao país no sentido de autoestima, de uma avaliação que lhes faz aproximar, e esta procura hoje faz aproximar”.

Ulisses Correia e Silva referiu que esta tendência de jovens descendentes quererem obter a nacionalidade cabo-verdiana representa mais do que uma formalidade legal, mas também um gesto simbólico de pertença e valorização das origens.

“Esta procura existe, está aumentada. Fomos à Costa do Marfim, em Abidjan, onde há uma comunidade antiga. Levámos serviços integrados de registo e administração interna, uma equipa para fazer todo o processo, e concluímos cerca de 800 processos de nacionalidade”, exemplificou.

O governante apontou ainda como exemplo encontros com descendentes de cabo-verdianos nos Estados Unidos, nomeadamente em Washington e Los Angeles, que manifestaram o mesmo desejo de reconhecimento.

“Muitos já não falam crioulo, ou falam mal, mas fazem questão de dizer: somos cabo-verdianos. Querem ter a sua nacionalidade. Estamos a facilitar isso, porque é mais uma forma de amplificar esta relação com a nossa diáspora”, observou.

Ulisses Correia e Silva utilizou o exemplo do desporto para ilustrar a importância do envolvimento da diáspora e defendeu que este modelo de mobilização de talentos deve ser expandido a outros sectores, como a medicina, as tecnologias de informação, a inovação e a investigação científica.

“Se isto é assim no desporto, por que é que não há de ser assim na medicina?”, questionou, lembrando que o país continua a enfrentar carências de especialistas altamente qualificados.

Ulisses Correia e Silva sublinhou também a necessidade de diversificar o contributo da diáspora para além das remessas tradicionais.

“As remessas continuam a ser necessárias, sim, mas precisamos de ir mais além. Precisamos de investimento produtivo, de investimento direto da nossa diáspora em Cabo Verde”, evidenciou.

Nesse sentido, o primeiro-ministro apelou a uma mudança de mentalidade. “Temos de mudar a narrativa de uma diáspora que, em 90%, ainda está ligada às remessas e aos bidons. É necessária, continua a ser necessária, mas aquilo que faz impacto transformador no país, que ajuda a criar riqueza, emprego e a dinamizar a economia, tem de estar ligado ao investimento produtivo e ao conhecimento”, considerou.

Na sua intervenção, o Chefe do executivou defendeu que é preciso olhar o país não só com os olhos dos problemas, mas também das oportunidades.

“ É como um copo com água pela metade: o pessimista vê-o meio vazio, o optimista vê-o meio cheio, mas a quantidade é a mesma”, disse.

Na sequência, reiterou que há motivos para confiança.

“De 2016 a 2024, 48 mil pessoas saíram da pobreza e 11 mil da pobreza extrema. A taxa de desemprego situa-se hoje em 7,3%. Apesar dos desafios, a economia continua a crescer e as políticas activas de inclusão e empregabilidade estão a produzir resultados”, pontuou. 

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Autoria:Sheilla Ribeiro,15 out 2025 15:05

Editado porAndre Amaral  em  15 out 2025 17:09

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