História de São Domingos
São Domingos fica mesmo às portas da Praia. Dez minutos de carro e chegamos ao concelho, uma extensão territorial de 134,6 Km², que corresponde aproximadamente a 13,6% do território da Ilha e a 3,3% do território nacional. A população é de aproximadamente 13.800 habitantes, segundo o Censo de 2010, distribuídos em duas Freguesias com 27 localidades.
As localidades de Ribeirão Chiqueiro, Milho Branco e Várzea da Igreja, com maior densidade populacional e com algumas características urbanas, são consideradas o “Espaço Central de São Domingos” pelo respectivo Plano de Desenvolvimento Urbano, sendo as demais comunidades muito dispersas.
O turismo é um dos sectores com potencial de crescimento. As autoridades locais dizem-me que se for promovido de forma sustentável, pode contribuir para o desenvolvimento estratégico do município e na melhoria da qualidade de vida das populações.
Em zonas como Praia Baixo, praia de Mangui ou na Prainha, em S. Francisco, pode-se praticar o turismo de sol e praia, beneficiando, no primeiro e no último caso, daquelas localidades terem infra-estruturas hoteleiras e similares de alguma qualidade.
Já a localidade de Rui Vaz e a Reserva Natural de Monte Tchota, localizada na zona alta da ilha tem excelentes condições para a prática de turismo de montanha e turismo ecológico.
O artesanato e a olaria produzidos localmente são muito procurados pelos turistas e constituem imagem de marca de São Domingos e da ilha de Santiago, apesar de serem actividades pouco expressivas em termos económicos.
Apesar do turismo em S. Domingos se encontrar numa fase embrionária, os poderes locais consideram existem boas condições naturais e ambientais para o seu desenvolvimento.
Existem vários espaços para exploração turística, como são os casos de Ribeirão de Cal, onde se encontra uma gruta com alto valor científico e uma das Maravilhas de São Domingos, ou as achadas Mitra, Vale da Custa, Móia-Móia, locais com condições naturais para a construção de campos de golfe e cadeias de hotéis.
Em Várzea da Igreja, a maior localidade, a oferta turística é também ainda reduzida. Para comer, pode-se optar pela Churrasqueira Xinda, praticamente o único restaurante da vila. Quando lá parei estava com uma certa fome, mas não foi só por isso que a comida me pareceu deliciosa. A carne era tenra e bem temperada por um molho de tomate e pedaços de salsa fresca. A salada era competente e fresca e o arroz estava cozido no ponto certo e com um sabor óptimo. No final, o preço ficou-se por uns simpáticos 800$ (com bebida e café incluído).
Se queremos só petiscar, então a opção deve ficar pelos conhecidíssimos pastéis de milho que podemos comprar logo na entrada da vila. A boa notícia é que a câmara prepara-se para requalificar esse espaço, construindo um quiosque e esplanadas para que todos os fabricantes de pastéis do concelho possam vender os seus produtos em melhores condições para todos. Principalmente para os clientes, que assim ficarão com um local de paragem e descanso.
Outro dos projectos que poderá arrancar em breve é o do Parque de Campismo radical, em Rui Vaz. Neste momento, o estudo já está a ser feito e aguarda-se apenas o parecer do Ministério do Ambiente. Pode vir a ser uma realidade em 2015.
Mas, Sâo Domingos é também um concelho de música e de músicos: é o local de origem de Anu Nobu, compositor de funanás, mas também de morna, coladeira e ainda merengue, cúmbia e samba; e é também o lugar de nascimento de Codé di Dona, exímio acordeonista e autor de clássicos como "Febri Funaná", "Fomi 47", "Praia Maria", "Yota Barela", "Rufon Baré" e "Pomba". Hoje, em Água de Gato, a cinco minutos de Várzea da Igreja, os jovens músicos de São Domingos, que se chamam a si mesmos de ‘Herdeiros’, juntam-se quase todos os fins de semana para tocar. Vale a pena ir lá desenferrujar as pernas.