Artigos de Jorge Montezinho no nosso arquivo

Quatro municípios de Santiago nas últimas seis posições
São Domingos, Ribeira Grande de Santiago, Santa Cruz e São Miguel estão entre os concelhos menos desenvolvidos. Porto Novo e Mosteiros completam o fundo da tabela. Estudo inédito sobre o Índice da Coesão Territorial revela grandes disparidades a nível económico, social e territorial entre os municípios cabo-verdianos.

De crise em crise
Desta vez, a guerra entra nas contas e torna visível, em números, o que se sente nos bolsos. Último relatório de política monetária do Banco de Cabo Verde mostra o impacto do conflito no país e alerta para o regresso da incerteza às economias mundiais. O arquipélago não será excepção.

Alta de preços está para durar
No meio de uma crise, saber que esta vai prolongar-se não é a melhor notícia, mas é o que acontece quando à pandemia se junta o cenário de guerra. As políticas protecionistas por parte de alguns países só vieram agravar o problema e o Banco Mundial já avisou, no último Outlook de Abril, que os custos elevados dos alimentos e da energia poderão durar anos.

ASA, ELECTRA e TACV responsáveis por 83% do resultado líquido negativo do desempenho do Sector Empresarial do Estado em 2021
O exercício das empresas públicas teve uma melhoria ligeira em 2021, mas a maioria continua a apresentar resultados negativos, segundo o relatório de desempenho do sector empresarial do Estado (SEE) 4º trimestre acumulado, publicado pela Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do Estado (UASE) do Ministério das Finanças. A melhoria registada no volume de negócios deveu-se, principalmente, à retoma económica impulsionada pelo turismo.

Cabo Verde é um dos 15 países do mundo mais afectados pela pandemia
Entre as economias emergentes e as economias em desenvolvimento, o arquipélago está entre as nações que mais perderam economicamente por causa da Covid, com o PIB cabo-verdiano a ter uma queda de -14,8% em 2020. Na África subsaariana, só as Maurícias tiveram um resultado pior, com uma descida de -14,9% no produto interno bruto. Os números de 2021 já contam uma história diferente, mas a recuperação teve agora um abrandamento por causa da guerra na Ucrânia.

“Não vale a pena falar do digital se ele não for útil”
A NOSi Certification Autority (NOSi CA – Autoridade Certificadora) foi lançada publicamente no final do mês passado. Antes, em Novembro de 2021, a ARME tinha atribuído o certificado de Credenciação e Certificado Digital ao Núcleo Operacional da Sociedade de Informação, mas o processo foi trabalhoso, levou dois anos a ser concluído, como conta nesta entrevista ao Expresso das Ilhas o PCA do NOSi, Carlos Tavares Pina. O Certificado Digital é a identidade electrónica de uma pessoa física ou colectiva, uma ferramenta que permite assinar documentos digitalmente com o mesmo valor jurídico da assinatura tradicional, fazer transações electrónicas, entre outras funções. E é também, acredita Carlos Pina, um instrumento fundamental para a construção do país digital que Cabo Verde quer ser.

Aperfeiçoar o que há e aumentar a rentabilidade
Fazer diferente e melhor é um desafio. Com o turismo a ter um regresso ainda tímido, procuram-se novas formas de catapultar o destino no pós-pandemia. O que pode o país apresentar para que os turistas com mais poder de compra possam visitar Cabo Verde? Que novo produto para um mercado diferente? Para obter respostas, o Expresso das Ilhas falou com o economista e consultor Victor Fidalgo, que fez também o exercício de propor investimentos prioritários para as principais ilhas turísticas: Sal e Boa Vista.

“Temos um objectivo: que os nossos destinos prosperem connosco”
A trabalhar na indústria hoteleira desde 1989, Catalina Alemany é, atualmente, directora de Responsabilidade Social Corporativa da cadeia hoteleira RIU. Nas últimas duas semanas esteve em Cabo Verde onde teve encontros com o Ministro do Turismo, com o Instituto do Turismo, com presidentes e vereadores das câmaras do Sal e da Boa Vista, com o Banco Mundial e com a cooperação espanhola. Nesta conversa com o Expresso das Ilhas falamos de turismo responsável, do impacto dos projectos, da reacção dos turistas e do futuro da sustentabilidade turística.

Cabo Verde quer aumentar contribuição do turismo no PIB para 32 por cento
Uma subida de sete pontos percentuais dentro de quatro anos, este é um dos objectivos do Programa Operacional do Turismo (POT), que, no fundo, pretende que o arquipélago construa uma oferta de qualidade, que possa competir com outros destinos de férias. Outras metas do POT são chegar aos 1,26 milhões de turistas em 2026 ou ter o sector a ajudar a diminuir a pobreza para menos de 8 por cento.

O turismo e a diferença entre o crescimento e a estagnação
O turismo cabo-verdiano deve diversificar a oferta ou continuará vulnerável aos choques. Esta é uma das ideias defendida no estudo das Nações Unidas sobre o impacto do turismo no desenvolvimento sustentável de Cabo Verde. Os outros dados reforçam o que já se sabia, através das informações fornecidas pelo INE: as ilhas com mais turismo têm um PIB maior, menos desemprego, menos pobreza e mais acesso aos serviços.

A recuperação ligeira de 2021 e a queda profunda de 2020
São dois relatórios que permitem perceber onde está a economia cabo-verdiana (Indicadores Económicos e Financeiros, Fevereiro 2022, do BCV) e de onde veio (Barómetro de Conjuntura do 4º Trimestre de 2020, do Ministério das Finanças). Mas fora da equação está ainda a guerra na Ucrânia, que pode baralhar as projecções e aumentar a incerteza à volta da retoma. O FMI já avisou que o conflito no Leste da Europa vai ter impacto na economia mundial.

“Estamos todos alinhados com o plano de retoma”
Público e privado, partidos políticos e instituições financeiras, parceiros sociais e classe empresarial, segundo a secretária de estado há um consenso alargado à volta do Plano de Retoma da Economia, que será uma realidade dentro de um mês. Um plano que, garante a governante, tem as condições de financiamento mais vantajosas de sempre. O regresso da normalidade económica, com todas as incertezas que ainda existem, já está em marcha e esta conversa com o Expresso das Ilhas ajuda a perceber qual será a direcção da recuperação cabo-verdiana.

Não há espaço para complacência política
A crise global de saúde pública depressa escalou para uma crise económica mundial, a maior do século, que fez cair o crescimento e aumentar a pobreza. Os riscos de insegurança financeira subiram por causa da falta de transparência. O novo Relatório do Banco Mundial – Financiamento para uma recuperação equitativa – concentra-se nestes riscos económicos inter-relacionados que famílias, empresas, instituições financeiras e governos enfrentam como consequência da crise.

O contexto da crise que atravessamos
É o retrato da conjuntura ainda pouco certa que estamos a atravessar. No terceiro trimestre deste ano, a economia não teve o desenvolvimento esperado a nível global. Apesar do crescimento continuar, o seu impulso diminuiu e as incertezas aumentaram. Cabo Verde também sente o impacto.

Direcção da ASA discorda da greve anunciada pelos trabalhadores da empresa
Administração considera a greve completamente desajustada e irracional. Em comunicado, a direcção da empresa pública de aeroportos e segurança aérea repudia a acção e diz mesmo que a paralisação é uma “tremenda falta de solidariedade para com os que perderam ou viram o seu salario reduzido”.

Muita discussão e ainda pouca acção
As economias africanas foram destroçadas pela crise económica provocada pela Covid-19, como é exemplo Cabo Verde que viu esfumar-se 15% da riqueza nacional, a segunda maior queda da África subsaariana. Este ano, já se começa a ver uma pequena luz ao fundo do túnel, mas as perspectivas de futuro estão ainda embrulhadas num grande ponto de interrogação. Entre as questões que precisam de ser respondidas há uma que sobressai: como se vai financiar a recuperação, principalmente das economias mais fracas.

PAICV aceita aumento da dívida interna, mas quer contrapartidas
Nem agravamento do IVA, nem subida dos direitos de importação, esta é a linha vermelha para o maior partido da oposição. Em troca, o PAICV aceita um tecto superior para a dívida interna e um saldo primário do orçamento mais flexível. O entendimento político não se afigura fácil e os parceiros internacionais, a começar pelo GAO, já avisaram que a mobilização de receitas domésticas deve ser um pilar fundamental da consolidação da política fiscal. A discussão e votação da Lei que aprova o Orçamento de Estado para 2022 (discussão na especialidade) começa esta quarta-feira.

BCV alarga as garantias dos bancos para conseguirem empréstimos
A nova variante da Covid-19 aumentou ainda mais as incertezas para a economia, com a Ómicron a provocar calafrios nos mercados financeiro. Neste contexto de dúvidas, o Banco de Cabo Verde decidiu ampliar as garantias para as operações monetárias de financiamento (OMF).

Cabo Verde quer entrar na rota mundial do turismo de mergulho
Criação das bases legais e institucionais, catalogação e inventariação dos naufrágios, formação das autoridades, comunidades e operadores turísticos, estes são alguns dos passos já dados por Cabo Verde. Depois, seguir-se-á a criação do produto turístico, um produto que tem gerado milhões de euros nos destinos onde já está implantado

Os complexos equilíbrios do Orçamento de Estado para o próximo ano
O Orçamento de Estado para o próximo ano (OE2022) é considerado uma ponte entre quase dois anos de crise e a retoma económica. Quer, ao mesmo tempo, combater a pandemia, uma das prioridades do documento, e desenvolver os instrumentos que servirão de base ao regresso da actividade económica. Mas é também um orçamento construído num contexto de muitas incertezas e numa altura em que o arquipélago vive submergido pela dívida pública.
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