Olavo Correia: “Sem financiamentos não haverá crescimento”

PorExpresso das Ilhas,19 ago 2018 7:24

​O vice-primeiro- ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, disse esta segunda-feira que, com o envelope de investimentos para o sector privado, do Banco de Investimentos e Desenvolvimento da CEDEAO (BIDC), a dinâmica de crescimento económico no país vai acelerar.

Durante o discurso de apresentação do workshop sobre os produtos e mecanismos de financiamento do Banco de Investimentos e Desenvolvimento da CEDEAO, que aconteceu na Cidade da Praia, Olavo Correia perspectivou resultados significativos para o sector privado e um novo desempenho da economia cabo-verdiano.

“Dia macro para um novo relacionamento, com projectos. Estamos a falar do sector privado, queremos ver acções, resultados, que significam financiar projectos, criar emprego, gerar rendimento, acelerar a dinâmica de crescimento da economia cabo-verdiana e queremos contar com a BIDC nesta empreitada”, afiançou.

O governante disse que sem os financiamentos não haverá crescimento, apontando que o Governo tem criado condições para que essas apostas sejam feitas no país, nomeadamente em sectores como o turismo, os transportes, as telecomunicações, entre outros.

“Temos empreendedores, eles precisam também de oportunidades e de instrumentos para poderem ir mais longe. Queremos contar com o forte apoio da BIDC, para que esses sectores possam crescer cada vez mais, contribuindo no desenvolvimento de Cabo Verde”, sustentou.

O ministro mostrou-se também satisfeito com a presença do presidente do BIDC no país, Bashir Mamman, defendendo “comprometimento”, no que tange a financiamento que a instituição tem disponível para os sectores público e privado cabo-verdianos.

Por sua vez, Bashir Manman explicou que a sua vinda visa construir uma parceria forte com o Governo de Cabo Verde, apresentar as linhas de condução de investimentos, que contribuam para o crescimento da economia.

“Acreditamos que o nosso contributo irá proporcionar um desenvolvimento inclusivo e sustentável do país. As actividades do BIDC destinam-se a lançar as bases de desenvolvimento sustentável dos estados membros da CEDEAO”, observou.

O Banco de Investimento e Desenvolvimento da CEDEAO é a entidade financiadora da comunidade económica do Estados da África Ocidental, que estabeleceu-se como grupo bancário, após a transformação do antigo Fundo da CEDEAO em 1999.

Em Outubro de 2011, o capital autorizado do banco foi aumentado para cerca de 1,5 mil milhões de dólares, sendo 70 por cento (%) é reservado aos estados membros (15 estados membros da CEDEAO) e os restantes 30% estão abertos à subscrição de membros não regionais.

Na distribuição do capital autorizado do BIDC, Cabo Vede consta com 0,95 %, enquanto a maior percentagem de investimentos é para a Nigéria, que regista 31, 34 %.


Diálogo entre governo e Caixa Geral de Depósitos

O ministro das Finanças disse esta segunda-feira estar “em diálogo” com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) sobre a venda de um dos dois bancos do grupo em Cabo Verde e garantiu que a medida não prejudicará os clientes.

Olavo Correia falava à agência Lusa no final de uma cerimónia de entrega de equipamentos às alfândegas de Cabo Verde, financiados pelo Governo da República Popular da China, que decorreu no Aeroporto Internacional Nelson Mandela, na Cidade da Praia.

No passado dia 27 de Julho, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, anunciou que o grupo vai vender um dos dois bancos que tem em Cabo Verde, para diminuir a sua operação naquele país africano.

Paulo Macedo disse na altura que foi acordado com a Comissão Europeia “alienar um dos dois bancos” que a CGD tem em Cabo Verde, adiantando que não está decidido qual será, isto é, se o Banco Interatlântico ou o Banco Comercial do Atlântico. Em ambos, a CGD tem uma participação maioritária.

Olavo Correia garantiu ter conhecimento da intenção da CGD e afirmou que tem estado “em diálogo” com o grupo português.

Não querendo adiantar qual dos dois bancos será vendido, por considerar que não lhe cabe a ele fazer esse anúncio, o ministro quis tranquilizar os clientes e disse mesmo que qualquer que seja a solução esta não os prejudicará, “antes pelo contrário”.


Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 872 de 14 de Agosto de 2018.

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Autoria:Expresso das Ilhas,19 ago 2018 7:24

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  15 mai 2019 23:23

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