Protestos contra reforma de sistema de pensões em França junta 250 mil

PorExpresso das Ilhas, Lusa,18 dez 2019 6:31

As manifestações em França contra a proposta de reforma do sistema de pensões juntaram, esta terça-feira à tarde, mais de 250 mil pessoas em 50 cidades, mas os sindicatos disseram esperar que número aumentasse até final do dia.

A contabilização dos manifestantes, avançada pela polícia e por câmaras municipais, fica, no entanto, muito aquém das duas anteriores manifestações contra a reforma do sistema de pensões, já que no primeiro dia - 5 de Dezembro - se juntaram 800 mil pessoas e no segundo -- a 11 de Dezembro -- foram contabilizados 340 mil manifestantes.

Ainda assim, a greve geral convocada por todos os sindicatos conseguiu fechar escolas, pôr hospitais a funcionar a meio gás e manter os transportes públicos paralisados.

A contestação à proposta de reforma do sistema de pensões tem aumentado nas últimas duas semanas, com a pressão sobre o Governo e o Presidente a crescer.

Na segunda-feira, o alto-comissário francês que idealizou a reforma do sistema, Jean-Paul Delevoye, demitiu-se na sequência de acusações de conflito de interesses por ter omitido outras funções que acumulava.

De acordo com a imprensa francesa, Delevoye "esqueceu-se" de incluir na sua declaração de interesses apresentada à Alta Autoridade para a Transparência da Vida Política que é administrador do principal Instituto de Formação na área das seguradoras, sector que elogiou a reforma das pensões por si arquitectada.

A reforma do sistema de pensões tornou-se um projecto-emblema do Presidente francês, Emmanuel Macron, apesar de criticada pelos sindicatos de todos os sectores.

A reforma, inicialmente apresentada em Julho deste ano, tem como principal intuito criar um sistema universal de pensões, já que existem atualmente 42 sistemas diferentes, vários dos quais representam regimes especiais que permitem, por exemplo, deixar de trabalhar mais cedo.

A manifestação está a ser "um grande sucesso", considerou Philippe Martinez, líder do sindicato CGT, que exige -- em conjunto com outros quatro sindicatos - a retirada definitiva do projecto.

O primeiro-ministro, Édouard Philippe, reafirmou, no entanto, a sua "total determinação" em realizar a reforma.

"A minha determinação e a do Governo é absoluta" relativamente à "criação de um regime universal [de pensões] e a fazer prevalecer o equilíbrio do sistema futuro e a restauração do equilíbrio do sistema actual", garantiu ontem, aos deputados.

Édouard Philippe irá receber os sindicatos na quarta e na quinta-feira.

Em dia de greve geral, os trabalhadores dos transportes cumprem o 13.º dia de paralisação, que deverá durar até ao final do ano.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,18 dez 2019 6:31

Editado porSara Almeida  em  7 set 2020 23:21

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