O bastão de tarifas dos EUA prejudica não apenas os outros países mas a si mesmo

No dia 2 de abril, os Estados Unidos emitiram uma ordem executiva anunciando a imposição de chamadas “tarifas recíprocas” sobre os seus principais parceiros comerciais, incluindo uma tarifa de 34% sobre os produtos da China (incluindo as Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e Macau). Nos últimos três meses, o governo dos EUA tem abusado das tarifas como arma política. Seja qual for o pretexto, a essência permanece a mesma: unilateralismo e protecionismo. Tais atos de bullying económico anti-globalização ameaçam a estabilidade das cadeias globais de produção e acabam por prejudicar os interesses dos cidadãos e empresas dos EUA.

Os Estados Unidos, sob o véu de reciprocidade, estão na verdade a praticar hegemonia, sacrificando os interesses legítimos dos outros países para servir aos seus próprios interesses, violando gravemente as regras da Organização Mundial do Comércio e enfraquecendo o sistema multilateral de comércio baseado em regras.

Podemos ver que mais de US$ 6 trilhões evaporaram nos mercados de ações dos EUA entre 3 e 4 de abril, e que os consumidores norte-americanos com receio da subida de preços, iniciaram compras em massa de bens de consumo. Usar tarifas para desviar atenções aos conflitos económicos internos e atacar concorrentes estrangeiros não resolve os problemas estruturais dos EUA, mas sim prejudica a confiança internacional nas regras e credibilidade americanas, cujo preço acabará sendo pago pelos americanos. No fundo, os EUA estão a cometer um erro que resultará em uma isolação a si próprio.

Há mais de mil anos, os antepassados chineses já aprendiam uma lição importante: “Ceder a um tirano é como tentar apagar fogo com lenha — enquanto não se acaba com lenha, não se para de arder a chama”. Diante da intimidação de outros países, cessão só traz a própria destruição. Face à pressão tarifária dos EUA, a China publicou a “Posição do Governo Chinês sobre a Oposição ao Abuso de Tarifas pelos EUA” e anunciou contramedidas na primeira hora.

Como já referi no artigo do mês passado, o unilateralismo e o protecionismo só nos levarão a um beco sem saída, e que a cooperação ganha-ganha é o caminho certo a seguir. A China, nos últimos anos, tem promovido a abertura de alto nível ao exterior e a reforma do ambiente de negócios. Durante a Cimeira 2024 do Fórum de Cooperação China-África em setembro do ano passado, a China anunciou que concederia tratamento de tarifas zero para 100% das linhas tarifárias a todos os países menos desenvolvidos que têm relações diplomáticas com a China, incluindo 33 países africanos, transformando o mercado de grande dimensão da China numa grande oportunidade para a África. Além disso, através de plataformas como Feira de Cantão, Expo Económica e Comercial China-África e Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), o país vem promovendo ativamente o fluxo de bens e capitais e a interligação dos mercados. Acredito que abertura traz progresso e cooperação gera benefícios para todos. Aqui, quero convidar câmaras de comércio e empresários cabo-verdianos a participar na Expo Económica e Comercial China-África que se realizará entre 12 e 15 de junho, na cidade de Changsha, China, e levam convosco produtos como café e vinho do Fogo, pontche e grogue de Santo Antão e muito mais produtos cabo-verdianos para a China.

A grande maioria dos países do mundo que valoriza justiça e equidade escolherá ficar no lado certo da História, fazendo escolhas que correspondam com os seus próprios interesses, e unir-se-á contra o unilateralismo, protecionismo e qualquer tipo de intimidação económica. A China está disposta a trabalhar com todas as partes para defender o verdadeiro multilateralismo e proteger o sistema de comércio multilateral com a OMC no seu cerne.

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Tópicos

Tarifas EUA

Autoria:Shi Leike, Encarregado de Negócios da Embaixada da China em Cabo Verde,11 abr 2025 7:53

Editado porExpresso das Ilhas  em  11 abr 2025 16:56

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