O processo de candidatura está muito bem encaminhado, tivemos a assessoria técnica de especialistas internacionais que fizeram outras candidaturas com sucesso e não tenho dúvida que, se Cabo Verde fizer todo o trabalho de casa, teremos a Morna classificada", disse Abraão Vicente.
O ministro falava aos jornalistas, na cidade da Praia, após um encontro com a secretária de Estado da Cultura de Angola, Maria Piedade de Jesus, que se encontra de visita a Cabo Verde.
Abraão Vicente adiantou que o dossier, elaborado com o apoio da cooperação portuguesa e composto por seis mil páginas, está em fase de tradução para ser entregue a 31 de Março à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
O resultado deverá ser anunciado em Dezembro de 2019.
O técnico português Paulo Lima, especialista na elaboração de processos de candidatura a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO, esteve, em Junho, em Cabo Verde numa missão de assessoria técnica de apoio à instrução da candidatura.
Na altura, em entrevista à agência Lusa, Paulo Lima, que esteve envolvido nas candidaturas portuguesas ganhadoras do fado, cante alentejano e arte do chocalho, sublinhou os pontos fortes do processo da morna.
"A morna reúne todas as hipóteses para ser inscrita enquanto género musical na lista do património imaterial. Tem vários pontos fortes: é identitária, tem uma forte expressão na cultura cabo-verdiana, serve como elemento de ligação entre os cabo-verdianos que estão em Cabo Verde e os que estão na diáspora. É uma prática musical que se transforma e reconstrói. Absorve e está em contínua mutação, mas há sempre uma identificação entre a cultura cabo-verdiana e este género musical", avaliou.