Tchalê recusa participar em exposição colectiva na cimeira da CPLP

PorExpresso das Ilhas, Lusa,9 jul 2018 11:08

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Tchalê Figueira
Tchalê Figueira

Tchalê Figueira recusou integrar uma exposição colectiva na cimeira da CPLP, que acontece este mês na ilha do Sal, por não respeitar alguns chefes de Estado lusófonos que considera ditadores.

"Como artista não colaboro. Fui convidado para fazer uma exposição colectiva nesta cimeira, mas recusei porque acho que há chefes de Estado destes países que estão na CPLP e não merecem o meu respeito porque são ditadores", justificou Tchalê Figueira.

Cabo Verde acolhe, em 17 e 18 de julho, na ilha do Sal, a XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cimeira que marca o arranque da presidência cabo-verdiana da organização.

Para a cimeira está confirmada a presença dos chefes de Estado de oito dos nove países membros da organização: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe. Timor-Leste cancelou a participação no evento, depois de ter confirmado.

Tchalê Figueira explicou que não respeita alguns chefes de Estado de países da comunidade, por entender que não são democráticos, dando como exemplo a Guiné Equatorial e o Brasil.

"Guiné Equatorial, Brasil, um Estado dito democrático, mas que não é. Há outros que não vou referir", sustentou.

O pintor cabo-verdiano manifestou igualmente o seu desacordo "com esta CPLP", considerando que não é a sua.

"Preferia uma CPLP que seja democrática", sustentou o artista plástico natural da ilha de São Vicente, dizendo que se "fala muito" da comunidade, mas nunca viram os "seus dividendos".

A presidência cabo-verdiana da comunidade lusófona, que tem a duração de dois anos, terá como lema "Cultura, pessoas e oceanos", com o país a pretender criar um mercado comum de cultura e artes na comunidade.

A ideia é elogiada por Tchalê Figueira, um dos mais conceituados artistas plásticos e pintores cabo-verdianos, que acredita que a criação deste mercado poderá facilitar o intercâmbio entre artistas lusófonos.

"Se há essa possibilidade de criar um mercado comum e cultural, para o bem de Cabo Verde e das artes em geral, para o bem de todos os artistas desta dita CPLP, porque não? Não posso ser negativo com isso", afirmou.

Além da pintura, Tchalê Figueira é autor de vasta obra literária de contos e poesia, com livros como 'Todos os naufrágios do mundo' (1992), 'Onde os sentimentos se encontram' (1998), 'O azul e a luz' (2002), 'Solitário e Ptolomeu Rodrigues' (2007), 'Contos de Basileia' (2011), 'Cesária - A rota da Lua vagabunda' (2015), com Vasco Martins.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,9 jul 2018 11:08

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  31 mar 2019 23:22

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