Mário Lúcio, Teresinha Araújo, Ana Lisboa, Vera Cruz, Totinho, Binga, Nhelas Spencer, Soren Araújo, Fattú Djakité, Alberto Koening, Body e Eric Tavares são os artistas que se apresentam no palco do Palácio da Cultura Ildo Lobo para homenagear o líder do movimento de libertação de Cabo Verde, numa iniciativa que se insere no projecto Cabo Verde: História, Cultura e Ambiente para um Turismo Sustentável, financiado pela União Europeia, a Fundação Amílcar Cabral e pela Fundação Lelio e Lisli Basso da Itália contando com o apoio do Palácio da Cultura Ildo Lobo.
Diferentes gerações de músicos e artistas cabo-verdianos e guineenses irão relembrar temas musicais e poemas emblemáticos de autores que cantaram sobre Cabral ou sobre a resistência ao colonialismo e a luta pela independência nacional, buscando assim “contribuir para um maior conhecimento da história da luta de libertação nacional e do seu líder, Amílcar Cabral.”
Um dos artistas a actuar será Mário Lúcio, que na sua página de Facebook anunciou que irá interpretar um tema seu inédito, canção intitulada “Hino à Gratidão”.
“Amílcar Cabral foi o visionário realista, amoroso e altruísta, que liderou o processo complexo, político e militar, cultural e diplomático, pela independência de Cabo Verde e da Guiné-Bissau”, escreve o artista tarrafalense.
As actividades para assinalar o 12 de Setembro prosseguem amanhã, dia 13, com uma tertúlia na Fundação Amílcar Cabral. "A atualidade do pensamento de Amílcar Cabral face ao imperativo da unidade africana" é o mote para um debate a ser moderado por Alexssandro Robalo, em representação do Movimento Pan Africano.
Centenário do nascimento de Amílcar Cabral
O Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas (MCIC) aproveitou a data de hoje para fazer o lançamento da imagem da “Agenda 2024”, uma iniciativa “que visa marcar o início das comemorações do centenário de nascimento de Amílcar Cabral”.
Conforme nota do MCIC, a ideia da “Agenda 2024” é lançar um desafio a todas as instituições da República, às universidades, às escolas e à própria sociedade civil em geral “para que se crie uma agenda de reflexão, de actividades e de acção visando a celebração, em 2024, do centenário do nascimento de Amílcar Cabral.”
O MCIC lança convite a todas as instituições públicas e privadas interessadas a juntarem-se às instituições por sí tuteladas e contribuírem para a construção da “Agenda 2024”:
“O apelo é que haja um envolvimento amplo, diverso, crítico, engajado e sobretudo informado por parte de todos”, exorta a nota.
Nascido a 12 de Setembro de 1924 em Bafatá (Guiné-Bissau), Amílcar Lopes Cabral, filho de pais cabo-verdianos, fez os seus estudos em Cabo Verde até seguir para Portugal onde se formou em Agronomia. Com outros, fundou o Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAICV) e iniciou um movimento anti-colonial que conduziria os dois países á independência, já depois da sua morte a 20 de Janeiro de 1973, em Conacri.
Figura emblemática, mas não consensual, Cabral tem sido tema de várias teses académicas, livros, filmes, etc. No início deste ano a Fundação que leva o seu nome anunciou a vontade de fazer candidatar os seus escritos ao programa "Memória do Mundo" da UNESCO.