Nem todos saberão que quando achada pelos navegadores portugueses Maio foi baptizada Ilha de las Mayaes. Que navios piratas aportavam à ilha em meados do século XVI para abastecerem-se de água e sal. Ou que entre 1856 e 1868 morreram 117 escravos dos 406 que havia na ilha sobretudo devido a epidemias de cólera e varíola.
Nem todos sabem, mas o número de interessados nestas e outras informações sobre a ilha mais próxima de Santiago é expressivo o suficiente para justificar uma segunda edição do livro cuja primeira tiragem esgotou sem satisfazer a demanda.
Em termos editoriais, as novidades em relação ao livro publicado em 2013 passam pela introdução de um novo capítulo - Epítome – onde se apresenta a sinopse da obra.
“Aproveitou-se ainda para se efectuar uma revisão dos textos, de modo a melhorar a sua qualidade”, avisa a Pedro Cardoso Livraria, editora que tem dedicado atenção a obras deste cariz, que têm na história das ilhas a sua matéria-prima.
Conceituado autor de composições musicais (lírica), com algumas dedicadas à ilha onde nasceu, Adalberto Silva regressa a este “Apontamentos da História da Ilha do Maio” com a mesma preocupação em deixar claras as suas fontes e referências, caracterizando o seu trabalho como um coligir de apontamentos.
«Desde que me apercebi com alguma faculdade de questionar sobre a minha existência e a minha identidade, também fui dando conta do meu interesse pelo conhecimento do passado da minha comunidade original, pela história da minha ilha natal”, conta na página reservada à apresentação do livro que dedica à memória dos pais e do pesquisador António Carreira, uma das suas grandes referências na elaboração desta obra e figura que chegou a conhecer quando, na sua infância, este andou pela ilha e foi hóspede da sua mãe.
“Apontamentos da História da Ilha do Maio” tem nesta segunda edição uma tiragem de 500 exemplares. A apresentação acontece pelas 18 horas desta sexta-feira, no espaço da Pedro Cardoso Livraria.